sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ah ah ah! O Haider, quem diria?

O mundo parece ter-se deliciado com a confissão do jovem sucessor de Haider. Afinal o mediático e já relativamente histórico líder da extrema-direita austríaca era homossexual. Quem diria, não é?

Parece existir uma contradição intrínseca entre ser-se de extrema-direita e ser-se homossexual. A referida contradição está a dar origem inclusive a comentários direitistas vindos da esquerda. Curioso, não é? Como é evidente, a contradição existe de facto quando se possui uma determinada orientação sexual e se defende afincadamente uma política contra a referida orientação.

Posso estar tremendamente enganado, mas não estou certo de ser este o caso de Haider. As políticas que advogava, para além do branqueamento dos crimes nazis, direccionavam-se sobretudo para a questão da imigração. A xenofobia e o racismo eram as principais bandeiras que o rotulavam como sendo de extrema-direita. Assim sendo, a contradição entre a sua orientação sexual e as políticas que advogava pode não ser tão evidente quanto isso.

A este propósito, vale sempre a pena recordar o caso do líder de extrema-direita holandês Pin Fortuyn (assassinado em Maio de 2002): homossexual assumido e xenófobo assumido. Sendo provocatório, será que um homossexual não tem "direito" a ser xenófobo?

3 comentários:

Anónimo disse...

...Quando vi o sucessor lavado em lágrimas percebi que havia paixão pelo meio.
JNAS

Angelo disse...

Pois eu jamais entenderei como é que alguém alvo de discriminação (pelo menos em termos histórico-culturais) pode ser fonte disso mesmo também!

E onde é que posso ver o tipo lavado em lágrimas!?

Nuno Góis disse...

A questão não é o Haider.
São tantos outros que discriminam tudo e todos (homossexuais incluidos) e depois é o que se sabe, mesmo que não venha escrito em lado nenhum.
Olhemos a nossa extrema direita... Católica???