quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ah e tal… Afinal é só para os menos qualificados

Primeiro o Governo conseguiu alterar os regimes de avaliações, alcançando a tão gloriosa possibilidade de despedimento. Para atenuar tal facto, criou um quadro de mobilidade com condições razoáveis. Agora, pelos vistos, esse quadro não é para todos.

Para justificar o quadro da mobilidade, o Governo piscou o olho a alguns ao dar a entender que a passagem voluntária para a situação de mobilidade especial poderia ser uma forma de muitos trabalhadores tentarem a sua sorte fora dos tentáculos do Estado. Não era nada mau, e tal argumento convenceu muitos, inclusive os sindicatos do costume.
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Eis mais um exemplo de como qualquer reforma nas condições dos funcionários públicos visa sempre a diminuição de direitos. Não há moedas de troca. E depois ainda temos de aturar alguns sindicatos cúmplices com toda esta situação (afectos à UGT) a mostrarem-se indignados e a protestarem. Haja paciência…

4 comentários:

Anónimo disse...

Diga-me se estou enganado : um qualquer FP, licenciado ou não, se quiser mesmo deixar o conforto do Estado, pode-se, sempre despedir não pode ?

Diga-me também isto : esse tal regime de mobilidade que permite a um FP trabalhar no privado, permita-lhe receber dos dois lados, do Estado, durante um periodo de tempo, e do privado para onde vai, não permite ?

Chama a isto o quê ? Eu chamo-lhe regalias, e obrigar os contribuintes a andarem com os FPs ao colo.

Conhece algum trabalhador do privado que seja tratado com este paternalismo e com estes mimos todos ?

O que deveria de acontecer era simplesmente isto : o Estado avaliava capazmente os recursos humanos que tem e, pura e simplesmente, despedia os que estão em excesso, e os que produzem pouco, indemnizando-os.

É assim que as coisas se passam cá fora, porque motivo há-de ser especial no Estado ?

Já agora, porque é que os FPs trabalham 7 horas/dia e os outros trabalhadores portugueses trabalham 8 ?

Anónimo disse...

Há muitas empresas privadas onde não se trabalha 8 horas por dia.
E já agora, à guisa de avivar a memória...a esmagadora maioria do povo português, a esmagadora maioria dos politicos portugueses, não defendem uma sociedade diferenciada, não igualitarista? Não foram ferozes lutadores contra os regimes politicos que apontavam para sociedades igualitárias do Leste Europeu? Pois então! Há a liberdade de celebrar livres acordos e contratos de trabalho, por isso, carga horária semanal de trabalho varia de sector de actividade conforme os acordos e contratos de trabalho celebrados....40, 37, 36, .....depende! é a livre negociação, meus amigos! Apenas a Lei define um tecto máximo, 40/semanais, a partir daí,´pode variar.... não vá querer sol na eira e chuva no nabal.... ou seja, para umas coisas, os regimes "igualitários" de Leste ( quando vigentes..) e para outras, a filosofia dos regimes da economias de mercado..............

Anónimo disse...

Essa dá vontade de rir !

Como se os contratos na Função Publica fossem do tipo "acordos livres entre as partes", sendo que as partes seriam o Estado e o FP considerado individualmente.

Sabe tão bem quanto eu que os privilégios acumulados ao longo dos anos pelos FPs, e pagos por nós, não pelos ministros, se deveram à cobardia dos sucessivos governos face aos sindicatos e ao lobby dos 700 mil. Não teve por detrás nenhuma livre negociação entre as partes. Teve isso sim, uma constante pressão, e chantagem, por parte de sindicatos e partidos extremistas de esquerda. Aliás, se houvesse negociação entre o Estado empregador e cada um dos FPs, baseada na sua avaliação de desempenho, outra galo cantaria.

Os FPs tinham, e ainda continuam a ter, privilégios muito acima de qualquer outro português. A começar pelo emprego para a vida toda, que ninguém ainda quantificou, em termos de regalia, mas que vale bastante nos tempos que correm.

Anónimo disse...

"Os FPs tinham, e ainda continuam a ter, privilégios muito acima de qualquer outro português. A começar pelo emprego para a vida toda, que ninguém ainda quantificou, em termos de regalia, mas que vale bastante nos tempos que correm."
Não percebi lá muito bem. É bom ter emprego para a vida ou mau? Se for bom, devemos lutar por que todos o tenham (ou nos aproximemos disso) ou devemos lutar por que os que o têm o percam? Se for mau ter emprego para a vida, então os funcionários públicos é que devem ter inveja dos outros pois eles é que estão a ser prejudicados. Esclareçam-me.