Há precisamente uma semana, Pedro Magalhães publicou no seu “Margens de Erro” uma importante síntese das sondagens até então feitas para a campanha de Lisboa. Como podemos verificar abaixo, embora todas confirmem o favoritismo de António Costa, as incertezas quanto aos lugares de Carmona, Negrão e Roseta no ranking ainda são muitas
À semelhança de outros actos eleitorais, as sondagens reflectem a progressiva personalização do voto. Os eleitores votam em quem mais lhes apraz, por variadíssimas razões, relegando para segundo plano as ideias concretas que defendidas pelos candidatos.
Como é natural, a selecção dos candidatos reflecte esta mesma prática. Vejamos o processo de candidaturas a Lisboa. A principal preocupação das forças políticas foi a escolha dos candidatos. As ideias para a cidade aparecerão sempre em segundo plano. É uma questão de prioridades. Primeiro escolhe-se a cara. As ideias hão-de ir aparecendo…
A referida situação reflecte também o progressivo decréscimo de importância assumida pelos programas eleitorais. Quem os lê de facto? Possivelmente poucos mais do que os seus próprios autores. Normalmente são documentos extensos, repletos de palavreado e pouco objectivos em termos de políticas a adoptar e projectos a desenvolver.
A campanha de Lisboa reflecte isso mesmo também. Pela curta pesquisa que pude efectuar nos portais dos candidatos, encontrei de tudo: noticias, comissões de honra, galerias de fotos, modelos de angariação de fundos, etc. Quanto a programas eleitorais, a maioria dos candidatos ou não o possui, ou escusa-se a revelá-los no seu portal. É lamentável que assim seja...
1 comentário:
O espectáculo predomina sobre as ideias. É pena que assim o seja. O comentário normal seria: "É o país que temos". No entanto, este não é um fenómeno português. Reflecte-se curiosamente mesmo nas grandes democracias.
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