sexta-feira, 1 de junho de 2007

Da Greve Geral à Guerra de Números

Como é natural neste tipo de fenómenos, a CGTP clama vitória com base numa suposta adesão média de 80%. O Governo, por seu turno, afirma que se viveu um dia normal, apontando adesões na ordem dos 12%. Perante este cenário, a pergunta do costume: em que ficamos?

Claro que nunca saberemos os números certos deste tipo de greves de âmbito nacional. Veremos sempre os sindicatos e os governos a digladiarem-se com números absolutamente divergentes. No entanto, relativamente à greve de quarta-feira, fiquei de facto com a sensação que a adesão não foi a esperada. Tal não poderá significar, no entanto, um sinal de apoio às políticas governamentais.

Quantos não aderiram à greve por não poder despender de um dia de salário? Quantos não aderiram por o seu sindicato ser filiado na UGT, que se demarcou da convocatória? Quantos não se sentem à vontade para manifestar no seu local de trabalho o apoio a este tipo de movimentos? Quantos não acreditam na greve como instrumento de reivindicação profissional?

Se quisermos dados fidedignos a este respeito de apoio ou não às políticas governamentais, recorremos naturalmente a sondagens de valor científico para o efeito. Não confundamos a não utilização de instrumentos reivindicativos de ruptura, como a greve, com o apoio às políticas governamentais.

Podemos sim assumir que o desacordo com as políticas governamentais ainda não justificou níveis elevados de ruptura.

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta greve foi um erro estratégico. Foi impulsionada, de forma precipidata, pela ala dura da CGTP, contra a vontade do próprio Carvalho da Silva. A greve geral não é um instrumento qualquer. Deve ser utilizada de forma inteligente.