domingo, 3 de junho de 2007

Marques Mendes e o Caso Atlântica

Parece que Marques Mendes tem também algumas pontas soltas no seu passado em Oeiras. A judicialização da luta política pode ter efeitos nefastos. Mas o currículo pouco claro dos líderes políticos portugueses é também preocupante.

Isaltino Morais questionou a Universidade Atlântica sobre o pagamento do então presidente da Direcção, Marques Mendes, com senhas de presença durante quase três anos. Pelos vistos, a própria nomeação de Marques Mendes para a Direcção da Atlântica, em 1999, possui uma irregularidade latente. Então presidente da Assembleia Municipal de Oeiras, Marques Mendes não poderia beneficiar de uma nomeação para uma empresa cujo município era o principal proprietário. (Ver noticia)

Procurando uma pequena desforra de Marques Mendes, Isaltino acabou por colocar em causa as suas próprias decisões. No entanto, o presente caso apenas demonstra o perigo da judicialização da luta política. No seguimento de casos recentes como a Independente, ou o Braga Parques em Lisboa, o líder do principal partido da oposição vê-se agora envolvido numa acusação de irregularidades cometidas no passado.

Naturalmente, os últimos casos judiciais envolvendo a classe política levam-nos mais uma vez a reflectir sobre a idoneidade desta. Não é um assunto novo, antes pelo contrário. No entanto, a crescente judicialização da luta política é preocupante. Qualquer opositor procurará incomodar um qualquer adversário revirando, para tal, o seu passado em busca de irregularidades.
A democracia não ganha com tais métodos. Mas não deixa também de ser preocupante que tantos responsáveis políticos tenham passados que não possam ser “revirados”…

2 comentários:

Anónimo disse...

Quais as consequências deste caso? Para já, Sócrates deve estar a sorrir. Afinal de contas não é só ele que tem problemas com as universidades. Por seu turno, Carmona festeja. Estava já cansado de ser o bode espiatório das últimas semanas no PSD.

Anónimo disse...

Mas não há ninguém sério neste país?
E ainda por cima, as falcatruas são todas cometidas no exercício dos cargos públicos ou envolvendo dinheiros públicos.
É só roubar ao contribuinte. Não admira que as pessoas desconfiem cada vez mais da classe política.

Catarina