terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Directas nos Partidos: Sim ou Não?


Alegre defende agora o fim das directas no PS, assumindo o erro de as ter defendido no passado. Lobo Xavier e os apoiantes de Ribeiro e Castro também fizeram-no no último congresso do CDS. Porque o fazem, correndo o risco de cair em tão grande contradição? O debate sobre as directas é intrigante...
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Julgo que é positiva a eleição directa de um líder partidário, reflectindo-se assim mecanismos genuínos de democracia no seio dos partidos. Mas quem disse que os partidos devem ser organizações fielmente democráticas? Será desejável que assim o seja? Curiosamente ou não, trata-se de um debate que não é tão simples quanto isso.

5 comentários:

Tiago R. disse...

O problema das directas, na minha opinião, está na absoluta personalização da direcção política dos partidos.
Elege-se um líder triunfador em directas e ele irá, sozinho, nomear mais de um terço da direcção nacional (como já acontece no PS).

Por outro lado, os congressos, que deveriam ser os momentos onde, de facto, e fazem as grandes discussões e opções políticas, ficam completamente esvaziados.

Mas, enfim... Há gostos para tudo.

Por isso, acho que o fundamental é que cada partido possa escolher, LIVREMENTE, os seus modos de eleição e votação.

Os partido não têm de ser (como de facto não são) todos iguais!

Daniel Santos disse...

Sem duvida que as eleições em qualquer lugar devem ser por votação.

Anónimo disse...

Ou seja (Daniel Santos) as eleições devem ser feitas por eleição. De acordo, bem pensado.

Rui Rebelo Gamboa disse...

As directas não reflectem, na realidade, aquilo que são em tese. E há muitos factores que contribuem para isso. O poder que cada lista consegue ter depende directamente de quantos presidentes de junta (ou no caso de não terem a junta, alguém com capacidade de moblização dos militantes), depois há a eterna questão da actualização dos cadernos eleitorais, sobre que convém reflectir e muito, não tanto na razão por que não se faz a actualização, isso é evidente, mas naquilo que há de profundamente errado nisso.

Por mim, não tenho dúvidas, sou totalmente a favor do regresso da eleição em congresso.

João Ricardo Vasconcelos disse...

Tiago R: Concordo com os problemas que aponta às directas. Mas repare que as directas podem proporcionar um debate muito mais alargado do que um congresso.

Por outro lado, julgo ser indiscutivel, no plano dos princípios, sobre a maior democraticidade das directas. Como o próprio termo indica, proporcina-se o voto directo por oposição ao recurso a representantes nos congressos.

Rui Gamboa: Estou de acordo quando ao argumento dos cadernos eleitorais. Mas não tanto relativamente ao caciquismo nas directas. Este existe, sem dúvida. Mas o que dizer do caciquismo e sindicância na eleição dos delegados ao Congresso. Delegados este que muitas vezes encontram-se lá por inerência. Não lhe parece que é ainda pior? Aí sim, a meu ver, existe uma muito menor probabilidade das oposições internas se conseguirem fazer ouvir.