Num cenário de maioria relativa, onde as coligações não deverão surgir e onde tudo dependerá de entendimentos e acordos pontuais, espero que a maioria da esquerda na Assembleia se faça sentir. Tal implicará naturalmente responsabilidades para todos os visados.
Implicará que Bloco e PCP se empenhem em encontrar os referidos entendimentos com o PS. Que façam do actual cenário uma boa oportunidade para constituir maiorias à esquerda em torno de assuntos centrais para o país (da educação à saúde, da segurança social à economia e finanças, passando naturalmente pelas questões ditas fracturantes).
Mas implicará naturalmente que o PS não hesite em demonstrar com quem prefere entender-se, não hesite em demonstrar a que lado do espectro partidário pertence. E que não aproveite a primeira oportunidade para se lançar para os braços da direita (direita essa com quem historicamente sempre arranjou forma de se entender nestas ocasiões, nomeadamente com o CDS).
Espero, no fundo, que a esquerda esteja à altura como um todo. O presente cenário é uma boa oportunidade para se demonstrar que a política merece estar acima de qualquer clubismo. Bem sei que o que peço é praticamente impossível, não é? Também sou levado a acreditar que sim. Mas há alturas que o mínimo que se pode fazer é ser-se muito exigente.
(Imagem: Quebrar sem Partir)
(Imagem: Quebrar sem Partir)
3 comentários:
A mim parece-me que considerar o PS de esquerda é à partida viciar as regras de eventuais negociações: este PS é liberal, já foi social-democrata, mas é certo que nunca foi socialista como o demonstram as suas práticas governativas.
Por isso exigir ou deixar sub-entendido que a Esquerda deve ajoelhar não me parece sério.
A Esquerda deve ser fiel ao seu programa eleitoral, sem hesitações nem cedências.
Quanto à questão do PS ser ou não de esquerda, compreendo o que quer dizer e seria demasiado complicado discutir isso neste espaço.
Mas quanto ao facto da "Esquerda deve ajoelhar", não sei onde subentendeu isso tendo por base o que escrevi...
"É tempo de ser exigente", um dos primeiros cartazes do BE...
Veremos se:
1- Vamos ver se de facto seremos exigentes na análise da campanha e das suas múltiplas falhas (a começar pela linha estratégica, o combate à maioria absoluta q só havia na cabeça de alguns dirigentes bloquistas)
2- Como tu e bem dizes, exigentes no que esperamos de toda a esquerda neste momento,incluindo na construção de pontes e colaborações (por exemplo mt mais profundaMENTE no terreno! e não só ao nível da "super estrutura" político-institucional, mas tb). Mas antes o BE tem de saber o q é q aNDA páqui a fazer e o que quer.
É q nesta campanha n se percebeu...
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