sábado, 14 de junho de 2008

O Não Irlandês: Da Catástrofe ao Plano B que não Existia

Os Irlandeses acabaram mesmo por recusar o Tratado de Lisboa. A temida catástrofe confirmou-se, mas o Plano B emergiu imediatamente: ou repete-se o referendo, ou a Irlanda fica para trás.

Nos últimos tempos cansamo-nos de ouvir que, caso o “não” vencesse na Irlanda, todo o projecto do Tratado cairia por terra. Os irlandeses teriam, portanto, uma responsabilidade tremenda. O “não” seria uma irresponsabilidade, um acto ingrato, uma falta de respeito para com todos os restantes Estados-membros. Aliás, foi essa a ideia que foi sublinhada durante toda a campanha para o referendo na Irlanda.

Pouco depois de ter vencido o “não”, Durão Barroso instava a que se continuasse o processo de ratificação nos restantes Estados-membros. Os líderes europeus prometeram, desde logo, seguir em frente. E hoje já se fala que, ou os irlandeses repetem o referendo (e tranformam rapidamente o "não" em "sim"), ou a Europa avançará sem eles.

Extraordinário… A catástrofe que, até há dois dias atrás, não possuía solução, afinal está já a resolver-se de uma maneira ou de outra. Nada mau tendo em conta que há três semanas, Durão Barroso afirmava a pés juntos que não existia um Plano B. Há coisas fantásticas, não há?

5 comentários:

Paulo Pereira disse...

Perante o não francês ao tratado, muda-se o tratado.
Perante um não irlandês ao tratado, muda-se os irlandeses.

Anónimo disse...

Cada irlandês votou por 30.

samuel disse...

É o B de bandalheira!

Rui Rebelo Gamboa disse...

Fantástico, fantástico é o facto da larga maioria (da minoria, 40%) dos irlandeses que votaram, não saberem o que é o Tratado de Lisboa e, por isso, terem votado em tudo menos no....Tratado.

Bem, não é assim tão fantástico, porque já se sabia que seria assim.

Não, não é fantástico, é populismo no seu espendor "o povo decidiu". Enfim...

Tibério Dinis disse...

União Europeia sem a Irlanda continua, agora sem França ou Alemanha era giro, era...