domingo, 8 de junho de 2008

A Semana Agitada, o Ano que se Segue e a Viragem à Esquerda

São José Almeida sublinha que esta foi uma semana em que a oposição pareceu renascida. Em poucos dias, o Governo enfrentou ameaças vindas de todos os quadrantes, reflectindo bem o que eventualmente o espera até 2009.

“Na mesma semana, o principal partido da oposição, o PSD, elegeu uma líder nova, Manuela Ferreira Leite, o partido mais à direita, o CDS, debateu e votou uma moção de censura ao Governo e à esquerda foi organizada uma sessão política inédita, que juntou a ala esquerda do PS, liderada por Manuel Alegre, e o BE, figuras não alinhadas do PCP, ex-comunistas e católicos de esquerda herdeiros do pintasilguismo. Isto, tendo como pano de fundo uma manifestação da CGTP, que mais uma vez levou duzentas mil pessoas à rua.”

Pacheco Pereira, por seu turno, sublinha que o Governo está entrincheirado entre uma esquerda que não pára de subir e o seu PSD que, segundo o próprio, tem agora condições sérias para fazer boa figura em 2009.

Tendo em conta o acima exposto, será simplista considerar-se que a principal alternativa do presente Governo é rumar significativamente à esquerda durante o próximo ano? Tal apresenta-se desde logo como uma das formas mais eficazes de contrariar a tendência de crescimento do PCP e do BE, ao mesmo tempo que impede a ascensão de uma direita que, paradoxalmente ou não, vê agora nas preocupações sociais a principal arma ao seu dispor contra o insensível Governo socialista.

2 comentários:

samuel disse...

O problema (deles) é que com este Primeiro Ministro e este elenco, qualquer "viragem à esquerda" terá estampado na testa o rótulo de oportunismo e eleitoralismo... ou pura e simplesmente mais uma entre a multidão de mentiras descaradas de Sócrates.

Paulo Pereira disse...

Socrates não tem de virar à esquerda ou à direita em busca de votos.
deverá sim ter sentido de estado e fazer as reformas necessárias que se propôs.
deve também meter na gaveta a política de betão e, claro, ter alguma conciência social.
precisa-se de mais competividade, inovação, ensino e menos estado.