As directas no PSD, e tudo o que as envolveu, permitiram que se voltasse a questionar os efeitos da entrega do poder de decisão às bases dos partidos. No fundo, quais os efeitos positivos, mas também negativos, de uma eleição directa de um líder de um partido?
A adopção dos mecanismos de eleições directas para as lideranças partidárias representa, sem dúvida, um importante passo na democratização da vida interna das forças políticas. Os militantes podem, deste modo, sem intermediários, escolher livremente aquele que governará o seu partido no próximo ciclo. No entanto, a referida democraticidade poderá acarretar também efeitos negativos.
Não é um debate novo, nem se restringe ao universo dos partidos. A entrega do poder às bases pode propiciar que fenómenos internos como o populismo, por exemplo, tenham uma maior capacidade de alastramento. No fundo, e dito de forma simples, o retirar do poder das elites partidárias acarreta o risco do confronto de ideias ser feito de forma menos séria, com menos estruturação e com base no aparelho mediático externo à força política.
Neste contexto, serão as directas desejáveis? Não tenho dúvidas que sim. Mas importa que, para isso, os candidatos assumam uma responsabilidade acrescida na correcta informação dos militantes, não caindo na tentação populista. Implica também que os militantes estejam bem prevenidos perante tal tipo de tentação.
Tal como acontece com a maior parte dos instrumentos democráticos, a utilização de mecanismos de eleição directa requer também toda uma aprendizagem. No caso português, como é sabido, só agora estamos a começar. Tal contribui para explicar o que sexta-feira sucedeu com o PSD…
A adopção dos mecanismos de eleições directas para as lideranças partidárias representa, sem dúvida, um importante passo na democratização da vida interna das forças políticas. Os militantes podem, deste modo, sem intermediários, escolher livremente aquele que governará o seu partido no próximo ciclo. No entanto, a referida democraticidade poderá acarretar também efeitos negativos.
Não é um debate novo, nem se restringe ao universo dos partidos. A entrega do poder às bases pode propiciar que fenómenos internos como o populismo, por exemplo, tenham uma maior capacidade de alastramento. No fundo, e dito de forma simples, o retirar do poder das elites partidárias acarreta o risco do confronto de ideias ser feito de forma menos séria, com menos estruturação e com base no aparelho mediático externo à força política.
Neste contexto, serão as directas desejáveis? Não tenho dúvidas que sim. Mas importa que, para isso, os candidatos assumam uma responsabilidade acrescida na correcta informação dos militantes, não caindo na tentação populista. Implica também que os militantes estejam bem prevenidos perante tal tipo de tentação.
Tal como acontece com a maior parte dos instrumentos democráticos, a utilização de mecanismos de eleição directa requer também toda uma aprendizagem. No caso português, como é sabido, só agora estamos a começar. Tal contribui para explicar o que sexta-feira sucedeu com o PSD…