terça-feira, 11 de setembro de 2007

Seis Anos depois de o Mundo ter Mudado

Seis anos depois, duas guerras depois, dezenas de milhares de mortos depois, o 11 de Setembro já não representa apenas a morte de americanos inocentes nas Torres de Nova Iorque. Representa o início de uma opinião pública apavorada pelo terrorismo, de uma política externa americana desastrosa, responsável pelo sangue que todos os dias verte no Afeganistão e no Iraque, e o caos total na geopolítica global.

A guerra do Iraque apresenta-se como uma das feridas cada vez mais abertas do 11 de Setembro. A sua condenação por parte da opinião pública internacional e pela maioria dos países foi muito significativa desde o início. Apesar, claro, dos sectores neo-conservadores de todo o mundo, inclusive os que por cá existem, insistirem na existência comprovada das perigosas armas de destruição maciça. Os resultados estão à vista…

Mas recordo também o posicionamento do mundo quando se iniciou a invasão do Afeganistão. Aí, a sede de sangue americana foi inexplicavelmente tolerada. E aí não foram apenas os sectores neo-conservadores de todo o mundo que apoiaram a invasão. Os resultados estão também à vista…

E, como se tudo isto não bastasse, persistem as dúvidas sobre o que de facto aconteceu em Nova Iorque naquele dia de Setembro de 2001. Do sensacionalismo de Michael Moore a outras produções menos emblemáticas, muitas peças parecem continuar a não bater certo. E adivinha-se que seu esclarecimento nunca se fará de facto… Paradoxal, não?

Foi de facto o dia em que o mundo mudou. E ainda hoje estamos longe de saber para onde se dirige. Mas foi também o dia em que o mundo ficou pior. Não apenas pela multiplicação, desde então, de criminosos actos de carniceiros fundamentalistas (vulgo terroristas). Mas também por ter permitido que a face carniceira do Ocidente, sob a bandeira da luta contra o terrorismo, possa hoje ser vislumbrada por todo o mundo.

5 comentários:

Anónimo disse...

O dia em que tudo mudou. Ficará para a história. Resta saber o que queremos fazer com a história dos últimos 6 anos. E que rumo queremos que ela siga nos próximos 6. Uma coisa é certa: não estamos no bom caminho.

Anónimo disse...

Acho sempre perigoso quando se tentam comparar terroristas com os governos democráticos do ocidente. Quer queiramos quer não, os primeiros representam o Estado de Direito e as suas acções não podem ser comparadas ao terror provocado pelo por Bin Ladens e companhia. Cuidado com as confusões

HM

Anónimo disse...

Percebo bem a dificuldade que a direita tem em lidar com esta questão. Todos os seus pressupostos revelaram-se errados, desde o suporte ao desejo de democratização à lá americana, até à paranoia securitária que entretanto se impôs. A direita deveria reflectir bastante sobre o posicionamento que teve sobre estas questões nos últimos seis anos, em vez de persistir nos disparates, intensificando as tensões em todo o mundo.

Anónimo disse...

Devemos discutir o 11 de Setembro, mas evitar o aproveitamento político da tragédia. Infelizmente, tanto a direita como a esquerda não se mostraram muito dignas a este respeito.

Nem branco, nem preto. É no cinzento que estão maioria das respostas.

Anónimo disse...

O Imperialismo americano algum dia tinha de se expandir para além das fronteiras da influência ideológica que se fazem sentir em todo mundo através dos media, adoptando uma forma mas típica dos seus congéneres anteriores. A invasão física de países e povos é algo que os EUA já tentam desde a década de 40, feliz ou infelizmente sem sucesso. Desde rasgar o acordo de Kyoto, passando por Guantanamo até o nosso querido Iraque tudo é válido para um gigante que agora decidiu ocupar realmente o seu lugar no trono mundial, sob a capa disfarçada de um assassinato em massa em terras do tio Sam, que afinal, já foi perpretado por ele próprio um pouco por todo o globo milhares de vezes.