José Manuel Fernandes disserta hoje no Público sobre o perigo das estatísticas governamentais. Escreve sobre o facto de, por vezes, não serem bem enunciadas as fontes e a metodologia de recolha de dados, não sendo raras as vezes em que os dados anunciados são contraditórios. Alerta até para o perigo (remoto) de alguma manipulação de dados. Bem… Ainda vamos aí?
Estranho este tipo de inocência do Director do Público. Parece demonstrar uma terrível falta de conhecimento sobre qual o relacionamento do poder público com os números, com as estatísticas, ou mesmo com a verdade académica. É mais do que natural que estes se assumam como formas de legitimação da acção política governamental. E não, não é a teoria da conspiração. É um facto que julgo evidente.
O poder público controla a maioria dos organismos produtores da referida informação. Os INEs, os gabinetes de estudos e planeamentos e os observatórios proliferam na Administração Pública. Possuem, sem dúvida nenhuma o seu mérito científico, mas não sejamos inocentes ao ponto de pensar que a informação divulgada não depende também de conveniências. Mesmos os estudos ditos independentes, feitos por consultoras ou centros de investigação, dificilmente conseguem escapar a um ligeiro toque das entidades que os contratam. Não irão certamente contra aquela que é a inclinação do seu financiador.
O poder público controla a maioria dos organismos produtores da referida informação. Os INEs, os gabinetes de estudos e planeamentos e os observatórios proliferam na Administração Pública. Possuem, sem dúvida nenhuma o seu mérito científico, mas não sejamos inocentes ao ponto de pensar que a informação divulgada não depende também de conveniências. Mesmos os estudos ditos independentes, feitos por consultoras ou centros de investigação, dificilmente conseguem escapar a um ligeiro toque das entidades que os contratam. Não irão certamente contra aquela que é a inclinação do seu financiador.
Por mais paradoxal que possa parecer, mesmo em democracia os números e a ciência podem ser influenciados pelo dedinho político.
2 comentários:
Mas aí è que aporca torce o ràbo,se juntares isso ao poder que o dinheiro tem ,neste país,e ao facto de quem dele nao dipoe nao conseguir garantir coisas consideradas essenciais,levanta-se a questao vivemos em democracia?Ainda temos direito ao voto,mas democracia serà sò isso?
A democracia não devia conviver com este tipo de branqueamentos. Se o faz dificilmente é uma democracia plena
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