Paulo Pedroso avançou com um pedido de indemnização de 600 000 euros ao Estado por ter estado preso ilegalmente durante 5 meses. 600 mil euros… Aqui se demonstra bem que o preço dos erros da Justiça variam bastante consoante o grau de importância do cidadão em questão.Não se entenda, com o que acima está escrito, que não concordo que Paulo Pedroso seja devidamente indemnizado pelos danos que sofreu injustamente. Antes pelos contrário. Dado as graves acusações não comprovadas que sobre ele recaiam, e tendo em conta a forma abusiva como esteve detido, é fundamental que a Justiça e o Estado paguem um preço adequado pelos erros cometidos. E quantificar esse preço é, certamente, uma tarefa complicada…
De qualquer modo, o avultado montante agora exigido por Paulo Pedroso não consegue passar despercebido. Sem querer ser populista, pergunto se, na mesmíssima situação, um simples cidadão comum poderia sequer pensar em ter direito a 600 000 euros de indemnização. É o velho problema… A Justiça aplicada aos ricos, notáveis, famosos, etc, dificilmente consegue ser a mesma que a aplicada aos remediados, anónimos e comuns que constituem o grosso da população. Quanto mais não seja pelo peso e profissionalismo dos advogados que defendem as referidas elites. Enfim, uma reflexão algo banal, nada mais do que isso…
3 comentários:
Sinceramente discordo consigo. Não é pedir demais. Nestas coisas de indemnizações, há que pedir sempre muito para se conseguir um valor razoável. E se tivéssemos nos States, podia acrescentar um zero ou 2 no final...
Problema não é "pensar em ter direito a 600 000 euros de indemnização" porque isso ele tem. A questão é saber se o mesmo tem direito para tal. É que como as ajudas de custo variam consoante o pedido de indemnização e não de rendimento um pobre cidadão teria que pedir um empréstimo para pagar a referida taxa de justiça.
É mais um exemplo de como até a justiça acaba por beneficiar quem é mais rico.
A decisão de indemnizar o Sr. Pedroso, que não hesito em qualificar como o Dreyfuss Português, é o símbolo perfeito do estado a que chegou a justiça em Portugal. É inadmíssível que este pobre homem, claramente inocente, como toda a gente percebeu, indefeso, sem amigos, abandonado por todos, perseguido e expulso da tacharia publica de forma ainda mais cruel do que Aristides de Sousa Mendes, seja, pasme-se!, indemnizado em apenas 100000 Euros! É para isto que eu pago impostos ?| Para ver assim esta clarissima vítima ser assim enxovalhada com 100000 Euros!! Só me resta esperar que, ao contrário dos casos dos hemodialisados; da criança electrocutada por incúria num semáforo; das crianças afogadas nos aquaparques; ou das vítimas da queda da ponte de entre-os-rios; só nos resta esperar que o estado não recorra e pressurosamente acorra a pagar esta misera quantia a este infeliz, tão injustamente tratado|||
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