segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Tolentino Nóbrega e as suas Notícias sobre a Madeira

As notícias que chegam da Madeira no Público dificilmente são abonatórias. São retratos nus e crus, e quiçá parciais, sobre o regime de Alberto João Jardim. São sempre assinadas por Tolentino Nóbrega, um jornalista certamente nada apreciado pelo Presidente do Governo Regional Madeirense.

Na edição de hoje, o correspondente do Público da Madeira dá-nos mais um retrato de um bizarro episódio passado na ilha. Na sequência da condenação do líder socialista por difamação a Alberto João Jardim, este último viu o seu salário ser penhorado pelo Tribunal de Contas. Um retrato, no mínimo, paradoxal… O Activismo de Sofá tem um post sobre esta questão datado de Agosto de 2007.

Podemos sempre questionar a parcialidade das notícias de Tolentino Nóbrega. Questionar inclusive o facto de apenas as suas notícias de denúncia sobre as actividades de Jardim, do seu governo e do seu partido conseguirem amplo destaque num jornal nacional. De qualquer modo, o seu tipo de jornalismo de denúncia é muito importante em democracia. Embora com algum sensacionalismo, tende a ser um não desprezável mecanismo de controlo da acção governativa e dos seus responsáveis.

Infelizmente, parece que o cenário do jornalismo em Portugal começa a acusar algum défice de Tolentinos Nóbregas…

3 comentários:

Anónimo disse...

Não sei se o apelido tem influência, mas nos Açores também há um jornalista que incomóda o poder - não só o dos orgãos públicos -, e dá pelo nome de Teresa Nóbrega.

Ainda que poucos, felizmente ainda há alguns que não se esquecem da essência do Jornalismo; dar a noticia, informar o público, sem olhar a pressões ou inconveniências.

N.B.- todos nós, até os referidos jornalistas, temos os nossos episódios menos felizes.
Mas, como diz o outro; o que importa é a intensão ;)

Anónimo disse...

"Infelizmente, parece que o cenário do jornalismo em Portugal começa a acusar algum défice de Tolentinos Nóbregas…"

Penso que o problema é nunca termos chegado a ter, salvo algumas honrosas excepções, um jornalismo de intervenção a sério. Rigoroso, objectivo e imparcial. Tivemos, e temos, alguns exemplos de intervencionismo...mas tendem a ser manobrados por critérios sensacionalistas e/ou devidamente influenciados pela facção correspondente...

Anónimo disse...

O sensasionalismo e a parcialidade aqui até podem ser um mal (quase menor)menor. Fazem falta sim órgãos de comunicação que, sem receios, tenham a coragem de colocar preto no branco muitas das asneiras e tramoias dos governos, dos partidos e seus responsáveis.