Se é certo que a região há muito se transformou num bastião socialista, o PSD beneficiava ainda de grande protagonismo a nível autárquico. Algo que pode aliás ser explicado pela grande implantação local dos sociais-democratas desde 1976. A intervenção local sempre foi difícil para os socialistas açorianos. Mas ontem o cenário mudou.
O PS conquistou 12 câmaras (+ 4 do que em 2005) contra 7 do PSD. Embora os socialistas tenham perdido o bastião rosa de Vila do Porto, ganharam a Povoação e Vila Franca em S. Miguel, Lajes do Pico, Santa Cruz da Graciosa e Velas de S. Jorge. No caso destas duas últimas, são câmaras que desde 1976 que eram lideradas por sociais-democratas. A conquista socialista de algumas destas câmaras representará certamente uma lufada de ar fresco para os concelhos em questão.
Mas permito-me também tirar uma outra conclusão. Os 20 anos de PSD (1976-1996) cobriram as ilhas de laranja, sendo o seu poderio no poder local um reflexo da omnipresença do partido em todas as esferas políticas (e não só) do arquipélago. O efeito de 13 anos de PS no poder nos Açores também já se consegue reflectir nas autárquicas, o último bastião eleitoral que até agora teimava em fugir-lhe.
Como é evidente, os tempos são outros e o eleitorado açoriano tem vindo a demonstrar uma cada vez maior sofisticação. Mostra-se, por exemplo, mais influenciável pelas dinâmicas nacionais e menos reticente em apostar na alternância política, o que é bom tendo em conta o que se verificou nas primeiras décadas de democracia no arquipélago. Mas, tendo em conta o exposto no parágrafo anterior, tenho dúvidas que a conquista do bastião autárquico nos Açores pelo PS seja uma boa notícia. É que a excessiva preponderância de um partido numa realidade democrática não costuma ser uma boa notícia.
O PS conquistou 12 câmaras (+ 4 do que em 2005) contra 7 do PSD. Embora os socialistas tenham perdido o bastião rosa de Vila do Porto, ganharam a Povoação e Vila Franca em S. Miguel, Lajes do Pico, Santa Cruz da Graciosa e Velas de S. Jorge. No caso destas duas últimas, são câmaras que desde 1976 que eram lideradas por sociais-democratas. A conquista socialista de algumas destas câmaras representará certamente uma lufada de ar fresco para os concelhos em questão.
Mas permito-me também tirar uma outra conclusão. Os 20 anos de PSD (1976-1996) cobriram as ilhas de laranja, sendo o seu poderio no poder local um reflexo da omnipresença do partido em todas as esferas políticas (e não só) do arquipélago. O efeito de 13 anos de PS no poder nos Açores também já se consegue reflectir nas autárquicas, o último bastião eleitoral que até agora teimava em fugir-lhe.
Como é evidente, os tempos são outros e o eleitorado açoriano tem vindo a demonstrar uma cada vez maior sofisticação. Mostra-se, por exemplo, mais influenciável pelas dinâmicas nacionais e menos reticente em apostar na alternância política, o que é bom tendo em conta o que se verificou nas primeiras décadas de democracia no arquipélago. Mas, tendo em conta o exposto no parágrafo anterior, tenho dúvidas que a conquista do bastião autárquico nos Açores pelo PS seja uma boa notícia. É que a excessiva preponderância de um partido numa realidade democrática não costuma ser uma boa notícia.
(Imagem: PS Açores)
2 comentários:
"Activismo de sofá": lindo ter-se lembrado da MERCEDES, A VOZ DOS DESCAMISADOS...
ABRAÇO DE LUSIBERO
NOTA: já se "levantou" do sofá...?
É preciso fazer exercício, embora o SR. DR.me pareça muito bem, na foto...
Os açorianos são muito conservadores no voto, ou votam PS ou PSD. Entre 2001 e 2005 estiveram na assembleia regional apenas deputados de 2 forças que foram a eleições, lembrando que o PSD/CDS concorreram juntos. Foi preciso fazer-se uma lei que proporcionasse um maior colorido político ao parlamento.
A atribuição de subsídios a torto e a direito em vésperas de eleições faz com que a alternância seja muito difícil.
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