domingo, 18 de outubro de 2009

Não havia necessidade

Do alto da sua idade, da sua vida e do seu prémio nóbel, Saramago já não tem razões para se preocupar com salamaleques e politicamente correctos. Mas daí até quase chamar de estúpidos todos os crentes do catolicismo/cristianismo e do islamismo vai alguma distância.
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Não é dificil concordar em substância com as afirmações de Saramago. Mas a forma como se dizem as coisas demonstra toda uma atitude perante um assunto. E quando se fala em assuntos sensíveis de forma grotesca, não se pode esperar que as palavras expressas mereçam grande credibilidade por parte dos visados. Mas enfim, são opções...
(Imagem: Webismo)

3 comentários:

Tiago R. disse...

Saramago não disse que os crentes eram idiotas, disse que havia histórias e conceitos idiotas na Bíblia. A notícia do Público limita-se a citar, descontextualizadamente, algumas frases mais sonoras.

E é um facto: a maioria dos crentes não lê nem conhece em profundidade a Bíblia. O que mostra que a sua fé não é certamente baseada na racionalidade.

Tem de existir de liberdade tanto para afirmar a crença como a descrença.

João Ricardo Vasconcelos disse...

Tiago R.: Não duvido que exista descontextualização das palavras de Saramago. E, como disse no post, é muito fácil concordar-se em susbtância com o que disse. Eu concordo, voc~e concorda e milhões concordam. O problema, a existir, é que as ideias expressas da forma como a Saramago as exprimiu dificilmente serão levadas a sério por qualquer crente. Para mim é só essa a questão.

Mário Pinto disse...

Já dizia Eça de Queiroz, que "Sobre a nudez forte da verdade – o manto diáfano da fantasia"
Aqui, a nudez forte serão as religiões e os seus preceitos, mais ou menos ultrapassados, irrealistas e muito cruéis, também e que ainda hoje “permitem” que se mate em nome delas, em nome de um deus, seja ele qual for.
O manto será a forma como se dizem as coisas. Convém que sejamos ponderados e que digamos palavras doces de modo a que sejamos levados a sério.
José Saramago exagerou? Talvez sim, mas já vai sendo tempo de “chamarmos os bois pelos nomes”, em vez de pormos paninhos quentes numa chaga que insiste em alastrar.