sexta-feira, 9 de outubro de 2009

To be or not to be (afraid)?

À beira das eleições, António Costa continua à frente, mas a vantagem parece ter encurtado. Santana é perigoso. Consegue ser sério quando quer, consegue vitimizar-se nas alturas certas e tem um discurso que chega a vastas camadas do eleitorado.

Como sublinhou Penin Redondo num comentário a um post abaixo, Santana é mau, mas se calhar não tão mau quanto o pintam. Pôs-se a jeito e agora não se consegue livrar de uma fama que, paradoxalmente ou não, ora o beneficia, ora o prejudica.

To be afraid or not to be afraid de Santana? Claro que sim, be afraid que volte a ganhar Lisboa. Mas sobretudo be afraid das suas 7 vidas, be afraid do seu estilo vai a todas. No fundo, be afraid de tudo o que ele, de forma mais ou menos simbólica, representa em política.

4 comentários:

F. Penim Redondo disse...

Alguns dados objectivos.

Nos últimos dois actos eleitorais "normais", em 2001 e 2005, a direita somou cerca de 49% e a esquerda cerca de 45%. Mesmo quando Sócrates estava no auge em 2005.

Tal significa que mesmo esvaziando o BE e o PCP, o que não é certo, o PS terá dificuldade em bater a coligação de direita.

Se Costa vencer tem razões para reclamar os louros de uma vitória importante.

F. Penim Redondo disse...

Algumas das razões pelas quais não alinho na lepra do Santana:

1. pode ter falado nos concertos de violino do Chopin mas não assinou projectos de arquitectura pimba

2. pode ter sido menino guerreiro mas jamé fez corninhos no parlamento

3. pode ser populista mas não fez carreira académica na Independente à pala de um professor beneficiado na Cova da Beira

4. pode ter tido colaboradores corruptos (o que ainda não foi demonstrado) mas nunca ninguém o acusou de corrupção

5. pode ter andado por aí mas não foi para a Mota Engil depois de ser ministro

Gustavo Menezes disse...

Medo do que o Santana representa em política? É o Costa? Associativismo politiqueiro, com as medidas eleitoralistas inqualificáveis que se têm visto? Dá bicicletas, aumentos de ordenado, tem encontros de última acerca do Terreiro do Paço, foge a debates televisivos... Francamente. Eu voto Santana Lopes.

Anónimo disse...

DA INUTILIDADE DO VOTO DITO "ÚTIL" - Nas eleições autárquicas de 11 de Outubro o único voto útil é na CDU. Há que reforçar a única força política que já deu garantias de não trair os seus eleitores. Raciocínios do tipo "vamos votar em A para evitar a vitória de B" já mostraram que nada valem — até mesmo porque na maior parte dos casos o dito A é igual ou semelhante ao B. É o caso, por exemplo, dos candidatos PS & PSD à Câmara Municipal de Lisboa. Tão pouco o Bloco de Esquerda dá garantias sólidas de seriedade e correcção política – basta ver o vereador eleito anteriormente pelo BE para a CML, que passou de imediato para o lado do PS.