segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sobre os resultados das autárquicas

Devido a serem um somatório de 308 disputas municipais e de mais de 4000 em freguesias, é dificil falar-se em desempenhos dos partidos a nível nacional sem se ser-se redutor. De qualquer maneira, algo tem de ser dito. Aqui vai.

O PS foi um claro vencedor da noite de ontem. Apesar de continuar com menos câmaras municipais do que o PSD, a obtenção de mais 20 do que em 2005 é muito significativo. Se a isto somarmos as vitórias importantes como a de Lisboa, a de Leiria, as diversas nos Açores ou a de Beja, por exemplo, ficámos com uma boa noção da dimensão e simbolismo da vitória nacional.

O PSD sofreu grandes baixas. Apesar de continuar a ser o partido que detém um maior número de câmaras, perdeu ontem muitas. A vitória no Porto é positiva, mas já estava garantida. Em Lisboa voltou a ser derrotado. Em termos de vitórias com grande simbolismo, destaca-se apenas Faro e Felgueiras. O PSD continua muito grande a nível local e importa não esquecer tal facto. Mas ontem não conseguiu ser imune ao descalabro que se faz sentir no seu posicionamento a nível nacional.

A CDU voltou ontem a demonstrar que continua grande a nível local. Mas as razões para festejo são poucas. Embora mantenha Almada e Setúbal, perdeu o grande bastião de Beja e não conseguiu recuperar Évora ou Loures. Perdeu ainda um vereador em Lisboa. O cenário podia ser pior a nível nacional, mas esteve esteve muito longe de ser bom para a CDU.

O CDS manteve-se um partido pequeno a nível autárquico. A sua dimensão apenas foi ligeiramente disfarçada pelas diversas coligações com o PSD. Assim sendo, a noite de ontem até não correu mal.

O Bloco mostrou a sua fragilidade a nível de poder local. As autárquicas acabam por ser uma verdadeira prova dos 9 para os partidos mais recentes. A afirmação a nível nacional é uma brincadeira quando comparada com o esforço exigido a nível local. O Bloco demonstrou que tem muito trabalho a fazer neste domínio.
(Imagem: Oceano dePalavras)

1 comentário:

Maria Ribeiro disse...

Análise muito lúcida, "activismo de sofá"...Penso que Jerónimo está cansado e sem ideias... Louçã deve reconsiderar o seu papel e o seu discurso...E os outrosVALHA-ME O TAL DEUS!-
ABRAÇO DE LUSIBERO