segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Discordância Estratégica

Sem grandes surpresas, Cavaco vetou politicamente o Estatuto dos Açores. No momento actual, o alarido feito à volta deste acto parece excessivo. Afinal de contas, tal não é mais do que uma “discordância estratégica”.

Não foi por acaso que Cavaco optou por não enviar o diploma para o Tribunal Constitucional. Preferiu persistir nas suas dúvidas e não ceder nas posições anteriormente assumidas. Por seu turno, o PS poderá agora votar novamente o diploma, não voltando atrás na palavra dada. E ambos viverão felizes para sempre com um braço-de-ferro que só assustará os mais distraídos.

No meio desta polémica, o posicionamento do PSD não surpreende, assim como o do BE. Mas é interessante ver o CDS considerar que o PR vetou “mal” o diploma. Por seu turno, com uma estratégia no mínimo duvidosa, o PCP prefere assumir as dores do Presidente e apontar baterias para o Estatuto. Toda esta situação parece estar a provocar alguns insólitos nos posicionamentos dos partidos...

1 comentário:

Anónimo disse...

Quanto à posição do PCP, não se trata de assumir as dores de ninguém.

O Estatuto tem pontos inconstitucionais e o PCP alertou para eles no debate parlamentar (tal como o Mota Amaral, aliás).

E, mais que isso, a obrigação ou não de audição é perfeitamente irrelevante para vida da região.

Estamos perante o circo mediático socialista de "vamos-inventar-umas-divergências-com-o-PR-para-parecermos-de-esquerda"!

A irresponsabilidade do PS é inacreditável! Andar a brincar à politiquíce com um texto desta importância!

Neste momento, são os únicos responsáveis pela sua não promulgação.