segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Concertação Social não existe em Portugal (Cap. MMCXXVII)

Como mais uma vez demonstram os resultados das negociações entre Governo e Sindicatos da Função Pública, a concertação social é algo que não existe em Portugal. Este é só mais um dos capítulos de um saga que parece não ter fim.

Todos os anos, ouvimos os Governos anunciarem uma determinada política de aumentos (ou congelamentos). Assistimos depois ao que ainda são denominadas como “negociações”. Vemos, por fim, os sindicatos a sairem chateados porque a posição do Governo foi irredutível, convocando greves ou outras formas de protesto. Ou seja, a denominada concertação social nunca funciona.

Muitos apontam irremediavelmente a responsabilidade deste não funcionamento aos instransigentes sindicatos portugueses. Uns malvados, que nunca estão satisfeitos, dominados por bandos de comunistas que se limitam a repetir cassetes sobres “os ataques do Governo contra os trabalhadores”.

Resta saber se algum dos Governos até à actualidade já cumpriu o seu papel no âmbito da denominada “concertação social”. Se já efectivamente negociou aumentos (ou congelamentos) com os sindicatos. Humm... Deixem-me ver... Nope, não estou a ver nenhum que o tenha feito... As políticas são anunciadas unilateralmente, sendo as reuniões de concertação social meras formalidades onde a parte que decide apenas comunica, não negoceia o que quer que seja.

Posto isto, quem são afinal os culpados por a concertação social não existir em Portugal, Governo ou sindicatos? Os sindicatos, a meu ver, limitam-se a fazer o seu papel. Os Governos farão o seu? Deixo sinceramente à consideração dos leitores deste post a resposta a esta questão.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece-me que os governos fazem o seu papel: representar os seus milhões de eleitores. E também parece-me que os sindicatos fazem o seu papel: representar os seus milhares de sindicalizados.