Após um insólito suspense que parecia não ter fim, o PSD de Ferreira Leite confirmou a escolha de Santana como seu candidato a Lisboa. E agora? Que conclusões tirar da entrada na corrida do “menino” que é “guerreiro” e que possui uma incrível capacidade de ressurreição?
Tal como tem sido sublinhando em diversos locais, a escolha de Santana constitui um tremendo esforço na coluna vertebral de Ferreira Leite. Santana é tudo o que a líder do PSD criticou no âmbito do seu partido. Mas pronto, Santana está sempre disponível, o que é uma chatice. Ferreira Leite arriscou forte numa jogada cujo resultado é incerto no interior do PSD, mas não só.
É presentemente complicado fazer futurologia sobre quais as hipóteses que Santana tem contra António Costa. Se, tal como aconteceu quando foi primeiro-ministro, Santana tiver todos os líderes de opinião contra si (nomeadamente na comunicação social), gerar-se-á um efeito bola de neve de identificação de trapalhadas que rapidamente o descredibilizará junto da opinião pública.
Mas se Santana se mantiver relativamente discreto e revelar-se assertivo em termos políticos contra António Costa, beneficiando de alguma benevolência da comunicação social e de líderes de opinião, as favas não estarão contadas para o actual presidente da CML. No cenário actual, acredito sobretudo na primeira hipótese. Mas a segunda não deve ser descartada.
4 comentários:
Manuela Ferreira Leite assume, com esta nomeação, a sua incapacidade de cumprir a sua principal missão no partido.
Refém do poder instalado, o seu mandato ficará marcado pelo fim dos barões, das elites e o fracasso na procura da tão almejada "reserva moral". O PSD é hoje, sob a sua liderança, o mesmo partido contra o qual tanto combateu e criticou.
Se Santana ganhou a Joâo Soares, pode, com facilidade, ganhar a A. Costa. E talvez seja melhor assim. Acho até que o pior que pode acontecer à esquerda será o Sócrates ter nova maioria absoluta. A esquerda ficará em muito maus lençois e ele não deixará de tentar destruí-la bem como a Manuel Alegre. Se a esquerda unida (o que quer que isto signifique) conseguisse, no mínimo, tirar-lhe a maioria absoluta de forma nítida seria bom.
Agora é ver as belas cenas dos próximos capítulos com esta personagem tão actor principal que até deveria dar sessões de autógrafos...
J., eu não dava isto como favas contadas. Pelo contrario. Se o gajo conseguir o apoio do CDS e o Carmona fora da corrida, quais são as hipóteses do Costa sozinho? Parecem-me até bastante reduzidas. Seria muito engraçado que a vitória do Santana em Lisboa ficasse selada pelo sectarismo e calculismo eleitoral do BE, PCP e Roseta.
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