domingo, 7 de dezembro de 2008

O PCP e a Questão Cubana

Regressado de Havana, vejo que o PCP voltou a glorificar no seu Congresso o regime cubano. Teve até direito à oferta de uma fotografia dos irmãos Castro. 1500 delegados aplaudiram de pé o delegado do PC Cubano com grandes ovações de “Cuba vencerá!”

Sem qualquer pretensiosismo, desejava que os comunistas portugueses fossem a Cuba e vissem a realidade para além da que lhes é mostrada pelos seus camaradas cubanos. Falassem com os cidadãos comuns, ouvissem o que os cubanos comuns têm a dizer sobre o regime. Se calhar aí pensavam vinte vezes antes de glorificarem tais amizades internacionais.

Estou muito longe de ser daqueles que acham que o PCP é um partido que pouco conta, ou que é apenas um "partido interessante" ou "importante para a democracia portuguesa". Se calhar por isso fico sempre tremendamente abismado quando vejo os comunistas portugueses a defenderem regimes como o chinês, o cubano ou o norte-coreano. O que ganha o PCP em persistir na defesa de tais ditaduras? Pseudo-coerência?

10 comentários:

Anónimo disse...

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Angelo disse...

O PC português vive ainda numa época que já não existe! As palavras que usam, as ideias que têm, as coisas que defendem! Enfim...
Como é que se pode levar alguém que defende o regime da Coreia do Norte a sério!?

duarte disse...

o pcp está a crescer...e aqui digo há que saber abordar uma ideologia,para entendê-la e aplicá-la...quanto a liberdade...existe liberdade de imprenssa neste nosso país? há ou não cada vez mais gente a viver na miséria? quantos de nós podemos ir a cuba? os nossos governantes estão ou não a proteger pedófilos,corruptos,ladrões especuladores? será isto uma democracia? que tem feito o bloco para contrariar estas tendencias fascizantes? têm visto "o corredor do poder"? o que é socialismo?
enfim...

Anónimo disse...

Pois, por cá o PCP teima em continuar igual a si próprio.
E por lá, pelo vistos - e infelizmente -, continuará tudo como era dantes. Nem o apelido muda.....

João Ricardo Vasconcelos disse...

Duarte: Compreendo a pertinência de, por vezes, relativizarmos o que possuimos em Portugal. Podemos e devemos falar de qualidade da democracia, como o Duarte o faz. Mas a qualidade da democracia não deve ser confundida com a existência ou não da democracia.

A democracia existe quando condições bastante objectivas são cumpridas, nomeadamente: separação de poderes, estado de direito, eleições livres, liberdade de expressão, de oposição, de associação.

Em Cuba não existe democracia. É um dado objectivo que não pode ser relativizado.

Quanto à sua questão sobre o Bloco, não entendo como surge. Repare que, no meu post, não estou a criticar o posicionamento global que o PCP possui nas mais diversas matérias. O seu papel em contrariar muitos dos problemas que refere é, para mim, indiscutível. Sobre isso não tenho dúvidas. Estou sim a circunscrever-me à questão das amizades internacionais comunistas. Não as compreendo. Neste aspecto, pelo que nos é dado a conhecer, o Bloco não aplaude ditaduras.

Anónimo disse...

Eu gostava de saber em que documento oficial do PCP consta o apoio ou tãopouco a defesa deste ou daquele regime. Começo a pensar que é uma questão de não saber ler ou interpretar a língua portuguesa.

Al disse...

Bons posts.
Anónimo, não me parece que haja interpretações que anulem o facto de o PCP pesar mais negativamente as democracias em economias de mercado como as europeias do que ditaduras como a chinesa, cubana ou, para entrar no delírio, norte-coreana. Sabemos que só os militantes do PCP conseguem relativizar tudo isso com o maior dos à vontades e ainda vir dizer que não senhor, é tudo um problema de más interpretações (maliciosas) das teses. É a mentalidade de cerco. Coisas possíveis num partido sem debate ideológico que não o feito há muitos anos nos moldes em que a sua direcção o quer fazer.

Al disse...

ou então não, arranjam-se fórmulas mágicas de português requintado para dizer o mesmo e o seu contrário sem entrar em contradição e ainda atribuir más intenções a quem gostava de perceber posições claras do PCP sobre coisas tão comezinhas como saber onde está a linha de fronteira entre uma ditadura e uma democracia e se isso tem alguma relevÂncia para o PCP ou não. O Vítor Dias, por exemplo, é especialista neste tipo de conversa desconversada, muito pseudo-multiculturalista.

Anónimo disse...

Pode escrever aqui se já foi a Cuba ou se conhece algum cubano?
Obrigado.

Anónimo disse...

Peço desculpa pelo post, poruqe só depois vi os seus posts seguintes.