Já se adivinhava que a questão da sida viria logo ao de cima na visita de Bento XVI a África. E assim aconteceu. Bento XVI afirmou que a tragédia da sida não se resolve com a distribuição de preservativos, mas sim com um “despertar humano e espiritual”. Dois tipos de reacções podemos ter a estas declarações.
A primeira é claramente enraivecida, considerando estas afirmações de Bento XVI verdadeiramente criminosas. Considerando estas afirmações como um reflexo do reaccionarismo autista que continua a dominar os corredores do Vaticano. Considerando até que estas afirmações são normais porque, vendo bem, vêm de uma organização que, no século XXI, ainda nem sequer reconhece a igualdade entre homens e mulheres ou defende que o casamento é indissolúvel. Estavam à espera de quê, hein?
A segunda reacção, bem mais saudável, dá graças a Deus por milhões e milhões de católicos em todo o mundo não ligarem a estas posições da Igreja Católica. Como qualquer outro disparate, entram-lhes por um ouvido e saem-lhes pelo outro. Como muito bem recordam Miguel Marujo e Nuno Pacheco, muitos desses católicos estão inclusivamente em missões em África e distribuem preservativos pelas populações. O seu compromisso é com a vida e estão-se nas tintas para muitas das verdades talibans da hierarquia católica. Graças a Deus...
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