
“Ao mesmo tempo que, na Guiné, Nino Vieira era enterrado no maior dos ostracismos, em Lisboa prestava-se homenagem a José Eduardo dos Santos. Nino não foi certamente menos ditador do que José Eduardo dos Santos. Nem mandou matar mais nem torturar com maior crueldade do que o actual Presidente angolano. E certamente que Nino e a sua família enriqueceram muito menos que o clan presidencial de Angola. Acontece simplesmente que os políticos, sobretudo se forem déspotas, são tratados neste lado do mundo não tanto pelo que pensam ou fazem mas sim a partir do índice do temor que inspiram e das riquezas que se estima que controlam. E Nino já não contava para nada. Tal como a própria Guiné. Pelo contrário, Angola é um país independente.”
.
É raro concordar com Helena Matos. Mas este texto é de se lhe tirar o chapéu...
1 comentário:
Sem dúvida, caro JRV, um texto muito lúcido e pragmático.
Enviar um comentário