Pedro Magalhães dedica a sua crónica de segunda-feira no Público à evolução do Bloco de Esquerda e à forma como este se tem vindo a afirmar no sistema partidário português. Contrariando alguns exemplos da “esquerda libertária" europeia, considera que o fantasma de uma coligação entre o BE e o PS é cada vez mais irreal.
O professor do Instituto de Ciências Sociais começa por sublinhar que o Bloco foi inicialmente encarado como um partido da esquerda libertária, modelo relativamente conhecido na Europa. Este tipo de partidos distingue-se da “velha esquerda” pela afirmação de valores pós-materialistas (e.g. ambiente, direitos das mulheres e das minorias sociais, liberalização de costumes, primazia da liberdade individual, entre outros).
Sublinha que, apesar de não ser regra, alguns destes partidos têm conseguido estabelecer coligações governamentais proveitosas com o centro-esquerda. A “comestibilidade” de algumas das suas prioridades para os partidos de centro-esquerda tem sido uma das razões do sucesso das coligações.
Pedro Magalhães conclui, no entanto, que tal cenário é cada vez mais remoto em Portugal: “O BE vem-se progressivamente afirmando cada vez menos como um partido da esquerda libertária (…) e cada vez mais com um partido da esquerda socialista tradicional, opositor aos desvios "neoliberais" do Governo do PS. (…) Eleitoralmente, a estratégia parece correctíssima. A ironia é que, se o perfil anterior até o tornava "comestível" para um governo PS com este primeiro-ministro, o novo perfil torna-o cada vez mais intragável.”
Uma boa análise. Resta saber se as consequências da estratégia seguida são, de facto, as desejadas pelo Bloco. Como o próprio Pedro Magalhães afirma: “a perspectiva de um futuro de eterno combate na oposição arrisca-se a ser ainda mais desmobilizadora do que os riscos que advêm da aproximação ao poder.”
O professor do Instituto de Ciências Sociais começa por sublinhar que o Bloco foi inicialmente encarado como um partido da esquerda libertária, modelo relativamente conhecido na Europa. Este tipo de partidos distingue-se da “velha esquerda” pela afirmação de valores pós-materialistas (e.g. ambiente, direitos das mulheres e das minorias sociais, liberalização de costumes, primazia da liberdade individual, entre outros).
Sublinha que, apesar de não ser regra, alguns destes partidos têm conseguido estabelecer coligações governamentais proveitosas com o centro-esquerda. A “comestibilidade” de algumas das suas prioridades para os partidos de centro-esquerda tem sido uma das razões do sucesso das coligações.
Pedro Magalhães conclui, no entanto, que tal cenário é cada vez mais remoto em Portugal: “O BE vem-se progressivamente afirmando cada vez menos como um partido da esquerda libertária (…) e cada vez mais com um partido da esquerda socialista tradicional, opositor aos desvios "neoliberais" do Governo do PS. (…) Eleitoralmente, a estratégia parece correctíssima. A ironia é que, se o perfil anterior até o tornava "comestível" para um governo PS com este primeiro-ministro, o novo perfil torna-o cada vez mais intragável.”
Uma boa análise. Resta saber se as consequências da estratégia seguida são, de facto, as desejadas pelo Bloco. Como o próprio Pedro Magalhães afirma: “a perspectiva de um futuro de eterno combate na oposição arrisca-se a ser ainda mais desmobilizadora do que os riscos que advêm da aproximação ao poder.”
Sem comentários:
Enviar um comentário