terça-feira, 4 de novembro de 2008

Power to the People

Já terminou a campanha que ficará certamente na história. Uma campanha emocionante sobretudo por, num cenário como o americano, ter conseguido manifestar verdadeiras divisões políticas.

Como é evidente, toda a componente emocionante desta campanha deveu-se a Obama, pelas diversas razões que julgo não valer a pena aqui enumerar. Esperemos que seja eleito, nomeadamente pelas razões expressas abaixo:
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“[Obama] Mudará imediatamente a imagem dos EUA no exterior. Haverá desanuviamento, ressurgirá uma luz de optimismo, de esperança. E todos sabemos que o pessimismo afecta muitas das nossas decisões individuais e colectivas, mesmo a nível económico e político.Onésimo Teotónio de Almeida, Expresso 1/11/2008

Com ou sem Obama, é o «statu quo» dos últimos 30 anos que está em causa. Obama não será a causa dessa mudança. Ele já é a sua consequência.(…) Obama vai desiludir? Claro que sim. Mas até essa desilusão é um sinal. Um sinal de que as expectativas já são outras”. Daniel Oliveira, Expresso 1/11/2008

1 comentário:

Anónimo disse...

Aproveito esta citação simpática para divulgar a resposta completa que enviei à jornalista do "Expresso" quando me perguntou o que penso mudará se Obama vencer:

Se Obama ganhar, como espero e desejo, mudará imediatamente a imagem dos EUA que, pelo menos no exterior, é uma de Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Haverá desanuviamento, ressurgirá uma luz de optimismo, de esperança, diremos mesmo que de Washington a luz emanará mais branca (passe o trocadilho intencional). Mas isso não é uma questão de imagem apenas porque sabemos hoje muito bem que o medo e a esperança, o pessimismo e o optimismo afectam profundamente muitas das nossas grandes decisões individuais e colectivas, mesmo a nível económico ou político.
Obama não fará milagres. Aprendi com um antigo aluno, assistente de Al Gore na Casa Branca, que um Presidente é mais um gestor de pressões do que um promotor de mudanças. Mas criará certamente um ambiente psicológico bem mais favorável a mudanças. Na verdade, os problemas que afectam os EUA são de fundo, alguns mesmo estruturais, e esses ultrapassam quem quer que seja que ocupe a Presidência. Não creio, porém, que eles afectem apenas os americanos. Creio que tocam pelo menos todo o Ocidente e por isso ele se empenha tanto nas eleições americanas. É que, por mais que na Europa proteste, o futuro dela está cada vez mais ligado ao dos EUA. Fomos atingidos pelos mesmos males e as curas de que necessitamos não podem ser obtidas independentemente porque nos afectamos mutuamente como se tivessem os dois lados do Atlântico contraído doenças genéticas.

Cumprimentos.
Onésimo Teotónio Almeida
Providence, Rhode Island (EUA)