Os subúrbios de Paris mostram-se mais uma vez explosivos socialmente. O julgamento público do caso, pela comunicação social e pelos opinion makers, apelida crescentemente o fenómeno como pura delinquência juvenil. Mas será possível ser-se assim tão simplista?
Ora vejamos: tudo parece ter (re)começado no Domingo com o abalroamento de uma moto com dois jovens por um carro de patrulha. Embora a mota tenha sido roubada, a policia confirmou que o incidente não ocorreu na sequência de uma qualquer perseguição. Perante este cenário, centenas de jovens manifestaram-se violentamente causando dezenas de feridos nas forças policiais.
Os mais cépticos dirão que se trata de uma reacção claramente delinquente de bandos de jovens que encontraram um pretexto para desafiar a polícia, tentando assim retomar a vaga de confrontos de 2005. Mas se calhar era bom colocar a questão de outra forma: o que leva centenas de jovens a manifestar-se tão violentamente devido a um atropelamento involuntário da polícia? Uma delinquência simplesmente “porque sim”? O facto destas manifestações parecerem quase injustificadas demonstra ainda mais o quanto estes fenómenos não devem ser rotulados com base em fórmulas simplistas.
Ora vejamos: tudo parece ter (re)começado no Domingo com o abalroamento de uma moto com dois jovens por um carro de patrulha. Embora a mota tenha sido roubada, a policia confirmou que o incidente não ocorreu na sequência de uma qualquer perseguição. Perante este cenário, centenas de jovens manifestaram-se violentamente causando dezenas de feridos nas forças policiais.
Os mais cépticos dirão que se trata de uma reacção claramente delinquente de bandos de jovens que encontraram um pretexto para desafiar a polícia, tentando assim retomar a vaga de confrontos de 2005. Mas se calhar era bom colocar a questão de outra forma: o que leva centenas de jovens a manifestar-se tão violentamente devido a um atropelamento involuntário da polícia? Uma delinquência simplesmente “porque sim”? O facto destas manifestações parecerem quase injustificadas demonstra ainda mais o quanto estes fenómenos não devem ser rotulados com base em fórmulas simplistas.
4 comentários:
O problema é que, por detrás deste argumento do "temos de ter em conta a exclusão social", a esquerda acaba sempre por atacar as medidas policiais para suster este tipo de fenómenos. Ou seja, usa o argumento da exclusão social para que nada seja feito em termos policiais, o que me parece totalmente descabido neste caso.
Talvez, caro Bismarck...
Vamos então assistir à primeira vez em que a repressão pela polícia, ajuda a resolver as causas da exclusão social! É isso?
Bismark: Como é natural, não acho que a policia deva assistir impávida e serena aos distúrbios. Deve obviamente tentar contê-los. Mas a repressão não é a solução para o problema de fundo que existe. Não concorda?
Ou, pelo contrário, defende a tese de que estas manifestações não passam de acções de bandos de delinquentes, não merecendo grande reflexão em seu torno?
Concordo que se deve dar todo o apoio à polícia e até se for necessário reforçar a sua autoridade.
Mas o problema em questão está a jusante. É um problema que teve origem na imigração e na forma de lidar com ela; criando autenticos guetos, através (paradoxalmente) das ajudas sociais. O problema é o mesmo em Portugal, talvez numa menor dimensão.
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