José Miguel Júdice faz este mês, na revista Atlântico, um diagnóstico à saúde da democracia Portuguesa. Entre outras coisas, sublinha a importância do confronto claro de ideias em democracia e a necessidade deste assentar sobretudo numa discussão bipolar: esquerda vs direita.
Parte então para a análise do presente panorama português, identificando a desorientação em que a direita se encontra e as dificuldades que tem em se afirmar no seu espaço e em se constituir como uma clara alternativa. Defende então a criação de um grande partido de centro-direita em Portugal, baseado na fusão PSD e CDS.
Mas o mal que a direita padece é também um mal da esquerda em Portugal. E não se trata de um problema conjuntural, mas sim de algo claramente estrutural. Tem origem na forma como se processou a transição para a democracia em Portugal e a forma como foi ocupado o espaço político. Por um lado, um PS que se afirmou aproximando-se da direita e em oposição aos comunistas. Por outro lado, um PSD que agrupou um grupo demasiado vasto de tendências numa altura de esquerdização da luta ideológica, levando-o a sérios problemas de identidade ainda hoje visíveis.
Se a isto somarmos a tendência rumo ao centro das democracias consolidadas, chegamos facilmente ao cenário português, com um PS que defende políticas que nem a direita se atreveria e um PSD que se posiciona pela esquerda e pela direita ao sabor dos ventos. A falta de polarização na democracia portuguesa tem consequências negativas na estruturação política do eleitorado. Facto que é aliás muito bem comprovado no livro “Esquerda e Direita” de André Freire (publicado pela Imprensa de Ciências Sociais).
Se a solução passa pela união de esforços à direita ou à esquerda, como defende Júdice, tenho sinceras dúvidas. A reformulação das instituições tem o seu peso na mudança da realidade mas, no caso português, parece-me demasiado evidente a falta de amadurecimento da cultura política das elites partidária. Sem isso, não me parece que sejam as soluções de grandes fusões políticas que resolverão o problema.
Parte então para a análise do presente panorama português, identificando a desorientação em que a direita se encontra e as dificuldades que tem em se afirmar no seu espaço e em se constituir como uma clara alternativa. Defende então a criação de um grande partido de centro-direita em Portugal, baseado na fusão PSD e CDS.
Mas o mal que a direita padece é também um mal da esquerda em Portugal. E não se trata de um problema conjuntural, mas sim de algo claramente estrutural. Tem origem na forma como se processou a transição para a democracia em Portugal e a forma como foi ocupado o espaço político. Por um lado, um PS que se afirmou aproximando-se da direita e em oposição aos comunistas. Por outro lado, um PSD que agrupou um grupo demasiado vasto de tendências numa altura de esquerdização da luta ideológica, levando-o a sérios problemas de identidade ainda hoje visíveis.
Se a isto somarmos a tendência rumo ao centro das democracias consolidadas, chegamos facilmente ao cenário português, com um PS que defende políticas que nem a direita se atreveria e um PSD que se posiciona pela esquerda e pela direita ao sabor dos ventos. A falta de polarização na democracia portuguesa tem consequências negativas na estruturação política do eleitorado. Facto que é aliás muito bem comprovado no livro “Esquerda e Direita” de André Freire (publicado pela Imprensa de Ciências Sociais).
Se a solução passa pela união de esforços à direita ou à esquerda, como defende Júdice, tenho sinceras dúvidas. A reformulação das instituições tem o seu peso na mudança da realidade mas, no caso português, parece-me demasiado evidente a falta de amadurecimento da cultura política das elites partidária. Sem isso, não me parece que sejam as soluções de grandes fusões políticas que resolverão o problema.
1 comentário:
A falta de cultura democrática não é só das elites e tambem dos eleitores.As votações na sua grande maioria situam-se no centrão.A guerra pelo poder nos partidos da direita não permitiria a criação um só partido estando na oposição.Portas,Menezes e Santana Lopes lutam pelo protagonismo.Na esquerda temos um PS a tomar medidas,algumas inevitávies outras que podiam ser melhores se o PS na AR comandasse o Governo em vez de ser o contrário,que demonstram uma grande falta de sensibilidade social.Depois temos o PCP contra tudo e contra todos mas sobretudo contra o seu inimigo de estimação que é o PS,correm o risco de andar a trabalhar para o Menezes que apanha todas as bandeiras.E assim querendo ficar todos bem na fotografia chegamos ao estado em que estamos
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