As reacções gerais à postura de Juan Carlos apressaram-se aplaudir o gesto firme do monarca espanhol perante o populista e impertinente Hugo Chavez. Esqueceram-se, no entanto, de tentar perceber minimamente o quão sensível era a questão que Chavez estava levantando.
Aquando do golpe de 2002 na Venezuela, o embaixador espanhol em Caracas recebeu instruções para se encontrar com os golpistas e aconselhá-los nos passos a dar com vista ao reconhecimento internacional. As referidas instruções saíram naturalmente do Governo de Aznar (ver notícia do Público). Escusado será dizer o quão comprometedor tal acto representou e representa ainda para a política externa espanhola.
Sendo Juan Carlos Chefe de Estado, estranho será se não tiver tido conhecimento de tal acto. O assunto encontrava-se relativamente adormecido até agora. No entanto, com a sua “brilhante” intervenção, o monarca espanhol deu todos os argumentos para que Chavez volte a levantar este comprometedor assunto, questionando agora o rei a este respeito. Moral da história e em bom português: Juan Carlos perdeu uma boa oportunidade para ficar calado.
No meio deste aparatoso desentendimento diplomático, importa sublinhar a forma inteligente como Zapatero tentou gerir a questão. Perante a interpelação de Chavez, o “por supuesto, por supuesto” revelava-se mesmo a melhor opção.
Aquando do golpe de 2002 na Venezuela, o embaixador espanhol em Caracas recebeu instruções para se encontrar com os golpistas e aconselhá-los nos passos a dar com vista ao reconhecimento internacional. As referidas instruções saíram naturalmente do Governo de Aznar (ver notícia do Público). Escusado será dizer o quão comprometedor tal acto representou e representa ainda para a política externa espanhola.
Sendo Juan Carlos Chefe de Estado, estranho será se não tiver tido conhecimento de tal acto. O assunto encontrava-se relativamente adormecido até agora. No entanto, com a sua “brilhante” intervenção, o monarca espanhol deu todos os argumentos para que Chavez volte a levantar este comprometedor assunto, questionando agora o rei a este respeito. Moral da história e em bom português: Juan Carlos perdeu uma boa oportunidade para ficar calado.
No meio deste aparatoso desentendimento diplomático, importa sublinhar a forma inteligente como Zapatero tentou gerir a questão. Perante a interpelação de Chavez, o “por supuesto, por supuesto” revelava-se mesmo a melhor opção.
5 comentários:
Para o que se está a passar de há uns anos para cá na Venezuela a palavra que melhor me ocorre é "consequente". Este processo mais do que qualquer outro dos dias de hoje tem tido consequências ao nível do quotidiano (saúde, educação, etc...), ao nível da alteração da relação de forças na América Latina e, sobretudo, tem fomentado o "empowerment", tem construído cidadania.
Quando a população, antes excluída, entra no círculo da tomada de decisão, as campainhas de alarme soam entre os defensores do status quo...
Para mais convido-vos a ler "O Mundo Em Guerra" http://www.mundoemguerra.blogspot.com/
Pois a comunicação social tirou as afirmações de Chavez,cujo estilo de comunicar até pode ser populista,do contexto a que ele se referia,que era de que a Espanha ter estado envolvida na tentativa do golpe de Estado para derrubar o Presidente da Venuzuela.
Este episódio, antes de mais, reflecte bem a maneira brejeira como Chavez "faz política". Por vezes até canta, tem o seu programa de rádio, visita a cabeceira de Fidel, e chama Diabo a Bush Jr.....e Aznar de "fascista", e três vezes o disse :)
Enfim, o homem é um atoleimado, como se diz na minha terra.
Mas o Rei de Espanha tinha obrigação de ser mais comedido nas palavras, pois caiu no estilo "populista" de Chavez, e interrompeu, tb, o seu prseidente do Governo, quando este já estava a "tratar" do caso.
Se a Espanha apoia um movimento de revolta contra Chavez, não vejo que daí venha mal pró Mundo, já a permanência de Chavez, e o possível contágio que fará (ex. Bolivia), poderão tornar a América do Sul, novamente, em Estados ditatoriais, disfarçados de comunistas.
Eu creio na autodeterminação de cada povo, e respeito (obviamente) as suas decisões, mas a cobardia de não tirar partido pode virar-se contra quem ficou a um canto a assistir.
O "evento" foi todo um pouco estranho. Parecia que estavam numa discussão numa tasca. De facto, o Zapatero pontuou e à grande, foi o único que se manteve digno da posição que ocupa. Do Chavez não esperava outra coisa, mas o Rei "should have known better". Quem não acha estranho quando vê oZapatero a bater no braço do rei a pedir que se acalme?
O rei caíu na "armadilha" do Chavez. No seu estilo populista (no sentido latino da palavra), Chavez faz tudo para ficar bem visto junto da população. E é a população menos avisada - que é o grosso da Venezuela - que jubila quando vê o seu líder a defender os seus interesses de forma tão aguerrida.
Lá vai mais umas nacionalizaçõeszinhas de empresas espanholas na Venezuela.
Juan Carlos tem que aprender umas coisas nisto de diplomacia.
Parece que os empresários espanhois que tem investimentos na Venuzuela já vieram dizer que é preciso bom senso nestas questões diplomáticas,eles lá sabem porque.E são muitos,não são empresazinhas.Temos a Telefónica,a Repsol,o Santader só para lembrar algumas.O Rei acabou por arranjar problemas para a economia espanhola.Quanto á interferencia do poder económico e politico estrangeiro nas decisões politicas dos países parece-me sempre e em qualquer caso um muito mau caminho
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