segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Portas e as suas Isenções

Portas defendeu ontem, na Golegã, que as horas extraordinárias e os prémios de produtividade deviam ser isentos de IRS. Pode, aparentemente, ser uma medida que visa aliviar a carga fiscal dos já sufocados trabalhadores. Mas o que está errado neste raciocínio?

Não será por via de isenções ao IRS deste tipo de rendimentos que os trabalhadores mais prejudicados pela carga fiscal actual podem ser compensados. Até porque as horas extraordinárias, os prémios de produtividade, as despesas de representação servem muitas vezes para encapotar, nos empregos menor remunerados, as misérias salariais que existem. Por seu turno, nos empregos melhor remunerados, são uma forma de encapotar eventuais rendimentos extras auferidos perante salários base que não são aparentemente chocantes.

Se se quiser melhorar a situação dos trabalhadores desprivilegiados, criem-se condições para o aumento dos salários, desça-se o IVA, estabeleçam-se escalões de IRS que prejudiquem menos as classes que mais têm sofrido com o esforço que é pedido ao país. Que tal não seja feito com recurso a subterfúgios que beneficiam sobretudo quem já aufere bons ordenados. A proposta de Portas é típica de uma direita que gosta de se fazer passar por esquerda…

1 comentário:

samuel disse...

"Se se quiser melhorar a situação dos trabalhadores desprivilegiados, criem-se condições para o aumento dos salários, desça-se o IVA, estabeleçam-se escalões de IRS que prejudiquem menos as classes que mais têm sofrido com o esforço que é pedido ao país"

Caro JRV
Se bem compreendo portanto, um país "isento de Portas".