quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Política Fiscal e a Social-Democracia na Gaveta

Teixeira dos Santos promete não baixar os impostos até 2010. Não há cá diminuição do "esforço". Vindo da direita, não causaria admiração. Mas vindo de um governo dito de centro-esquerda, demonstra mais uma vez o quanto a social-democracia ficou numa qualquer gaveta perdida no Largo do Rato.

O actual “esforço” pedido aos portugueses afecta a classe média, mas sufoca sobretudo as classes menos afortunadas Para o rico é chato, para a classe média doi, para as classes baixas representa uma tragédia. E um governo que se diz de centro-esquerda está longe de se legitimar com meros subsídios à maternidade ou maiores contribuições para os remédios dos idosos.

Dois impostos são particularmente mortíferos para as classes mais baixas: IVA e IRS. São estes que mais doem todos os dias a quem tem os tostãos contados. Do caixa de supermercado à senhora das limpezas, do homem do quiosque ao trabalhador do call center. E se há necessidade de se aumentar a receita pública, que tal seja suportado por quem pode. Aumente-se o IRS dos que mais podem, dos ricos à classe média-alta, garanta-se um maior esforço às grandes empresas, taxem-se mais os bens de luxo…

Mas acabe-se com uma vergonhosa taxa de IVA de 21% e com escalões de IRS que, mesmo aos mais miseráveis salários, vão buscar sempre o seu dízimo. Nem sequer seria preciso ser-se um grande social-democrata para se seguir este tipo de política fiscal. Até um democrata-cristão minimamente sério a defenderia…

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro JRV,

o Governo anda a reboque deste MInistro, e mais, é o único que apresenta resultados (os seus resultados, são as bandeiras deste governo).......não sei se a ineficácia dos outros tb é culpa da falta de verbas, que vão todas para o défice.

Com as politicas de contensão do défice, qualquer dia estamos como o Brasil, sem classe média.


Este IVA é um absurdo (creio que em espanha se queda pelos 16%), é ele o culpado da estagnação da economia e da falta e fuga do investimento estrangeiro e, até, do sobre endividamenteo dos portugueses, fruto de preços que as suas carteiras não podem alcançar, e se a isso somarmos a febre consumista, está feito o "caldinho" para os BANCOS.

Os baixos salários - que aumentam em função de uma inflacção prevista (que perde sempre por defeito) e não da real do ano anterior -, também contribuem para a baixa produtividade, pois os portugueses que emigram fartam-se de trabalhar, pois são bem remunerados.

Quem está a pagar essa redução do défice, são os "pequenos" portugueses, nem sequer os pequenos burgueses....

Anónimo disse...

Qual destes srs.è "minimamente sério "?