Nos últimos anos fomos constantemente bombardeados com o discurso do défice, do apertar o cinto, do Estado não pode gastar porque não tem dinheiro, do equilíbrio fundamental das contas públicas.
No entanto, há umas semanas atrás, vimos surgirem miraculosamente 20 mil milhões de euros para apoio à banca. Ontem fomos novamente surpreendidos com três notícias por si só formidáveis: a nacionalização do BPN, a injecção de 4 mil milhões de euros no sistema bancário e o anúncio do pagamento de dividas às empresas no valor de 2250 milhões de euros.
Este Governo é um maroto… Conseguiu levar-nos durante três anos e meio com as suas cantigas do apertar o cinto. Afinal afinal, há dinheiro que sobra para tudo (ou para quase tudo). O Governo estava apenas a ser um pouquinho forreta… Que malandro, não é?
2 comentários:
Quer dizer, você acha que o Estado, em vez de pagar o que deve às empresas, que têm empregados, deveria de meter esse dinheiro no dito cujo dos Funcionários Públicos, por exemplo...
Já agora, em relação aos tais 20 mil milhões, você acha, portanto, que o Estado agarrou nuns quantos cheques, assinou-os , e entregou-os aos Banqueiros...
Você acha também que se o Governo não tem reduzido o défice, estariamos agora numa situação excelente, um verdadeiro oásis no meio da turbulência da crise...
Chico da Tasca: Vamos por pontos.
Não. Claro que acho que qualquer devedor deve pagar aquilo que deve. Apenas fico impressionado porque, afinal afinal, há dinheiro. E se há dinheiro, já podiam ter dito há mais tempo, porque não tenho dúvidas que não faltariam políticas sociais onde investir.
Não. Acho que o Estado comprometeu-se a assummir uma dívida de 20 mil milhões a título de garantia. Os banqueiros até podem não necessitar da garantia. Mas para um Estado que não tinha dinheiro, assumir-se como fiador com uma quantia de 20 mil milhões de euros não está nada mau, pois não?
Depreendo que você considera que esta actuação governamental no sistema bancário só está a ser possível porque estivemos nestes últimos anos a apertar o cinto, correcto? Duvido muito do referido raciocínio. Respondo-lhe com uma pergunta: acha que que as acções semelhantes dos Governos Inglês, Francês e Alemão, por exemplo, também só estão a ser possíveis porque andaram a reduzir o défice nos últimos anos?
Por último, tenho a certeza que não estamos num oasis, muito menos num paraíso. Mas se você está convicto disso, quem sou seu para o convencer do contrário...
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