Não é uma discussão nova, antes pelo contrário. Deve ser aliás das discussões mais antigas. E são múltiplas as explicações avançadas para justificar o sentimento de que “já não há políticos como antigamente”.
No Público de ontem, Luis Campos e Cunha retoma esta velha discussão argumentando que hoje existem sobretudo representantes nos lugares que deviam ser ocupados por líderes. Representantes quase exclusivamente guiados por sondagens e que estão longe de ter a rectidão dos líderes do antigamente. A figura de Churchill é, como seria de esperar, dada como exemplo em oposição aos políticos de hoje, manifestamente menos verdadeiros e mais corruptivos
Sem querer entrar em grandes dissertações a este respeito, naturalmente que os políticos de hoje não são geneticamente inferiores aos do passado. Estranho será também achar que os actuais políticos estão aquém por possuírem menores “taxas de carácter” do que os seus antepassados. Como é evidente, a explicação para o presente desânimo para com a classe política só pode ser encontrada em factores estruturais.
Entre os diversos factores explicativos apontados por Luis Campos e Cunha, destacaria os importantes efeitos da crescente mediatização e da velocidade na divulgação e acesso à informação. Nunca a imagem do homem público foi tão dessacralizada como hoje. Nunca a monitorização dos seus passos e decisões foi tão cerrada. Nunca existiu tanta massa crítica, ou outra, com capacidade de acompanhar a par e passo, e em tempo real, cada decisão, cada gesto, cada atitude dos responsáveis políticos.
A descida do pedestal dos responsáveis políticos tem naturalmente fortes implicações na sustentação dos regimes democráticos. Como compensar esta dessacralização? Um maior recurso a modelos de democracia directa, responsabilizando mais os cidadãos em prejuízo da lógica representativa? É uma hipótese.
No Público de ontem, Luis Campos e Cunha retoma esta velha discussão argumentando que hoje existem sobretudo representantes nos lugares que deviam ser ocupados por líderes. Representantes quase exclusivamente guiados por sondagens e que estão longe de ter a rectidão dos líderes do antigamente. A figura de Churchill é, como seria de esperar, dada como exemplo em oposição aos políticos de hoje, manifestamente menos verdadeiros e mais corruptivos
Sem querer entrar em grandes dissertações a este respeito, naturalmente que os políticos de hoje não são geneticamente inferiores aos do passado. Estranho será também achar que os actuais políticos estão aquém por possuírem menores “taxas de carácter” do que os seus antepassados. Como é evidente, a explicação para o presente desânimo para com a classe política só pode ser encontrada em factores estruturais.
Entre os diversos factores explicativos apontados por Luis Campos e Cunha, destacaria os importantes efeitos da crescente mediatização e da velocidade na divulgação e acesso à informação. Nunca a imagem do homem público foi tão dessacralizada como hoje. Nunca a monitorização dos seus passos e decisões foi tão cerrada. Nunca existiu tanta massa crítica, ou outra, com capacidade de acompanhar a par e passo, e em tempo real, cada decisão, cada gesto, cada atitude dos responsáveis políticos.
A descida do pedestal dos responsáveis políticos tem naturalmente fortes implicações na sustentação dos regimes democráticos. Como compensar esta dessacralização? Um maior recurso a modelos de democracia directa, responsabilizando mais os cidadãos em prejuízo da lógica representativa? É uma hipótese.
2 comentários:
Esse senhor ex-ministro,que fugiu quando foi apanhado na história do ordenado e da pensão do BP,agora dedica-se a criticar os politicos no activo.Grande lata é o que ele tem
Caro JRV, o que descreve, há muito foi percebido pelos partidos e seus candidatos e dirigentes.
É exactamente por isso, que actualemente não há campanha eleitoral que não seja orientada por uma empresa ou especialista de Comunicação e Imagem.
O markting não invadiu só a área comercial e de negócios, também é usada e abusada pelos politicos, e não só.
(recordo, só a título de exemplo, o caso de Sócrates e os meninos contratados para fazerem boa fugura em frente dos computadores numa cerimónia em que o PM esteve presente)
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