A entrevista de Rodrigues dos Santos à Pública começa mesmo a dar que falar. O ex-Director de Informação da RTP acusou a sua Administração de “passar recados do poder político”. Declaração brutal ou expressão de uma evidência? Naturalmente que me inclino para a segunda hipótese. A essência do poder político assim o determina.
A natureza do poder político implica que este tente naturalmente influenciar as esferas que o circundam. Poderá acontecer com empresas públicas, mas também com a mais pequena associação de bairro que beneficia de algum tipo de financiamento. Mas não é um problema intrinseco à natureza do Estado. O privado "sofre" também de influências políticas, assim como reflecte os seus próprios interesses políticos. É um fenómeno intrínseco ao poder, sobretudo de cariz político. Se não tentasse influenciar de algum modo, não se trataria de um poder.
A democracia, com todos os seus sistemas de freios e contrapesos, limita em muito a acção do poder político, institucionalizando canais controlados para que este possa exprimir essa sua vocação. Mas a arquitectura do edifico institucional não faz milagres. O cumprimento dos limites do poder político depende também do grau de amadurecimento da cultura democrática de quem frequenta o referido edifício.
Se as declarações de Rodrigues dos Santos se confirmarem, o presente caso poderia bem servir de indicador para aferir a qualidade da democracia em Portugal.
A natureza do poder político implica que este tente naturalmente influenciar as esferas que o circundam. Poderá acontecer com empresas públicas, mas também com a mais pequena associação de bairro que beneficia de algum tipo de financiamento. Mas não é um problema intrinseco à natureza do Estado. O privado "sofre" também de influências políticas, assim como reflecte os seus próprios interesses políticos. É um fenómeno intrínseco ao poder, sobretudo de cariz político. Se não tentasse influenciar de algum modo, não se trataria de um poder.
A democracia, com todos os seus sistemas de freios e contrapesos, limita em muito a acção do poder político, institucionalizando canais controlados para que este possa exprimir essa sua vocação. Mas a arquitectura do edifico institucional não faz milagres. O cumprimento dos limites do poder político depende também do grau de amadurecimento da cultura democrática de quem frequenta o referido edifício.
Se as declarações de Rodrigues dos Santos se confirmarem, o presente caso poderia bem servir de indicador para aferir a qualidade da democracia em Portugal.
4 comentários:
A ser verdade, e não me admiro nada que seja mesmo, é muito grave.
Mas eu já estou habituado a estas pressões e interferências, pois vivo na Madeira e por aqui é o pão nosso de cada dia.
Infelizmente os senhores do poder ainda julgam que têm o rei na barriga, esqucendo-se que as suas posições podem, por vezes, ser facilmente desmascaradas. O problema é que nem sempre tal acontece. Falta a tal cultura democrática
Infelizmente parece que este governo não aprendeu nada com a história. A falta de bom senso e o uso do "censu".
Estamos num país democrático? Nem parece...(permitam-me o exagero)
Deixem o homem falar! Parem com as acções disciplinares...Liberdade de expressão! :)
Abraço
Enviar um comentário