quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Rankings das Escolas: Comparar o Incomparável

Os apologistas dos rankings das escolas, que têm em José Manuel Fernandes o seu guru, defendem que estas listagens são positivas para fomentar a competitividade e o brio das escolas. Será que tal tem acontecido? Tenho muitas dúvidas. Como comparar o incomparável?

Como pode ser comparado o Colégio Inglês com a escola de Freixo de Espada? Como pode ser comparada a escolinha privada com meia dúzia de alunos com as grandes escolas públicas que, todos os anos, submetem centenas de alunos a exame? Como comparar a ilustre Escola Rainha D. Amélia em Lisboa com a Escola do Nordeste nos Açores? Serão realidades minimamente semelhantes?

Com a mesma pompa e circunstância com que se anunciam os presentes rankings, deveria estudar-se só um bocadinho o que justifica tais resultados. Os mais simplistas dirão que a chave estará nas boas instalações, bons professores, bons modelos de ensino, etc. Para quê mais explicações? No entanto, alguém ao já se deu ao trabalho de, por exemplo, cruzar os presentes dados com o contexto sócio-económico dos estudantes de cada escola? Dá muito trabalho, não é? E não daria manchetes tão boas, pois não? Pois…

3 comentários:

Anónimo disse...

É preciso que cada escola compare, sem preconceitos, o seu percurso. Comparar as suas médias nas disciplinas e melhorá-las. Comparar a média obtida este ano com os anos anteriores e reflectir. Os rankings podem assim ser um instrumento útil. Não menosprezemos os exames e os seus resultados

Rui Rebelo Gamboa disse...

Também será importante para esses resultados a vontade dos professores. E o exemplo da Escola do Nordeste é bom. Todos os anos chegam ao Nordeste vários professores do continente, que têm como principal objectivo voltar o mais rapidamente para casa, e com razão, digo eu. Não estão minimamente motivados para as aulas. O concurso, apesar de ser necessário, precisa de ajustamentos e os professores precisam de estabilidade.

Anónimo disse...

da minha curta experiência como semi-prof fiquei elucidado com o peso do contexto-socio-economico-cultural das familias e das comunidades locais no percurso escolar dos seus filhos. ao pé disso, o contributo de um prof ou de um projecto escolar são amendoins. os profs precisam de stabilidade e de respeito mas nao é isso que vai ajudar a nivelar os resultados de rankings deste genéro. que são, pelo método, desonestos, como disse o joao.
renegade