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Na Única desta semana, em mais uma crónica sobre si mesmo, o cosmopolita João Pereira Coutinho confessa aos leitores que é muito distraido, tendo dificuldades em fixar a cara das pessoas:
“O episódio mais hilariante aconteceu há uns anos na Blackwell de Oxford, quando reconheci um rosto largo e vermelhusco, em corpo de camionista, tudo encimado por uma farta cabeleira branca. Quem seria? Consultei os meus neurónios e jurei que tinha ao meu lado um dos passageiros habituais dos comboios Alfa. Sorri. Ele sorriu de volta. E só quando ouvi sotaque americano, com leve trago do sul, é que reconheci a peçonha. Era Bill Clinton.”
João Pereira Coutinho é genial, não é? Cruzou-se com uma das figuras mais conhecidas do mundo e, destraido como é, nem se apercebeu. Os verdadeiros intelectuais são uns distraídos, sem dúvida... Só mesmo as más bocas é que conseguem ver em Pereira Coutinho alguém tremendamente narcisista...
3 comentários:
Só agora descobriu?
Quem o lê no Expresso há muito que tinha notado!
E quando ele foi assediado por uma prostituta, na FNAC?
O máximo!
acreditas que nunca li uma crónica inteira desse tipo?
é como o Pedro Lomba e outros da mesma leva: o que é que esta gente faz/fez na vida para acabar a debitar opinião em jornais?
e a revista do expresso está de cada vez pior...agora deu-lhes para fazer daquilo um expositor das pequenas vaidades banais da pequena e média burguesia portuguesa.
alvaro
Caro JRV,
excelente prosa, com ironia qb.
Eu, que procuro sempre um pretexto para rir, adorei lê-la.
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