sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sobre a Cobertura nas Eleições em Angola

O facto de diversos órgãos de comunicação social portugueses não terem recebido vistos para cobrirem as eleições permite tirar algumas elações. Os que receberam os vistos, farão uma cobertura imparcial dos acontecimentos?

Hoje o Público (um dos jornais que não recebeu o autorização) anunciava que a líder dos observadores da UE considerara que o acto eleitoral estava a decorrer de forma desastrosa. Atrasos na abertura das urnas, tremenda falta de organização, problemas na distribuição dos cadernos eleitorais, entre outros factores que colocam em causa a realização de eleições livres. A UNITA já se pronunciou negativamente a este respeito.

Por seu turno, o Jornal da Tarde da RTP exibia uma peça mostrando que, em Angola, quase tudo estava bem. Uns ligeiros atrasos, alguma desorganização devido à falta de experiência, mas de resto o dia é de festa… Nada a temer, tudo se resolverá. Tal discurso está aliás em sintonia com outras peças do enviado da RTP a Angola (ver Arrastão).

Como é evidente, todos desejamos que o acto eleitoral corra da melhor forma possível. Os Angolanos merecem-no. Mas escamotear os diversos problemas em torno deste acto eleitoral não será certamente uma solução…

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