domingo, 14 de setembro de 2008

Portas bem tenta, mas não vai lá...

Desde a queda do Governo em que participou, o CDS tem andado desencontrado. Ribeiro e Castro foi o que foi. O regresso de Portas foi um revivalismo, a repetição de uma receita que resultou anteriormente. Resultou, mas já não resulta.

Portas não deixou de ser um excelente orador, um político do pior que há. O seu estilo sempre a roçar o populismo garante-lhe um protagonismo significativo. Por outro lado, os posicionamentos do CDS sob a sua nova liderança não têm sido maus. Tem agarrado os temas certos, nos momentos certos, com intervenções incisivas.

Mas a coisa já não resulta como nos bens velhos tempos... O país já conhece demasiado bem Portas e o seu estilo. Até o eleitorado que antes embarcava nos seus cantos já não vai nas suas conversas. Portas bem tenta, mas os maus resultados sucedem-se nas sondagens. Está inclusive a conseguir algo impensável há uns tempos atrás: dividir o CDS, originando oposições internas e tudo...
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Ou o panorama político altera-se profundamente, ou este CDS de Portas (caso se mantenha até Outubro de 2009) sofrerá uma das piores derrotas de sempre.

3 comentários:

Anónimo disse...

O quadro do CDS é negro, mas também o é o dos restantes partidos políticos em Portugal.
PS já cansou. Com todas as condições para realmente governar, quer por ter maioria absoluta, quer porque Governa há três anos sem Oposição, mesmo assim foi um fiasco. A propaganda já não cola e acredito que nem o abrir os cordões à bolsa lhe renda nova maioria absoluta.

O PSD não encontra rumo. São muitos a querer o lugar de muito poucos e que não se entendem entre si. Não são capazes de governar a sua casa e o que transparecem é que não são ainda merecedores, por falta de capacidade, de liderar destinos do país. É um partido que, dependendo dos próximos resultados eleitorais, corre sério risco de sofrer uma divisão efectiva em mais partidos.

PCP e BE são reconhecidamente partidos sem vocação de Governo, pelo menos se aplicarem as ideias radicais que advogam, da forma como as advogam.

Onde estão as alternativas?

Posso estar equivocado, mas considero que nas próximas eleições legislativas poderemos ter resultados eleitorais bastante repartidos, dada a fraca imagem de competência que cada partido tem.
Se o desânimo encarnar nos votantes conto com abstenção elevada.

Anónimo disse...

Caro JRV,

a esta desacreditação de Portas, não será alheio o facto do seu partido, bem como o próprio, já terem tido oportunidade de mostrar o que (não) valiam aquando da passagem pelo Governo.

Agora, ele bem pode falar, mas já ninguém acredita que das palavras consiga passar aos actos.....lá está, não passa de populismo.

Paulo Pereira disse...

Atravessamos uma época de líderes partidários fracos. A solução poderia ser a de ter uma boa equipa. Contudo, as equipas formadas em volta do líder parecem pouco fieis.
Dá a impressão que são capazes rasteirarem para poderem chegar à frente.
No caso do CDS, até há um espectro político desempedido, na área da demcracia cristã europeia, que apresenta bons resultados.
Falta, contudo alguém que olhe nos olhos os portugueses e seja honesto.