Seguindo de forma ortodoxa as orientações do seu colega ministro, o presidente do IST resolveu proibir a “prática de praxes académicas nos campus da Alameda e do Tagus Park, qualquer que seja a forma como são organizadas”. Em resposta, a Associação de Estudantes e a Comissão de Praxes já sublinharam que tudo se passará fora dos espaços da instituição...
A atitude dos estudantes é previsível. Um presidente de uma instituição que recorre à proibição para resolver este tipo de questões demonstra conhecer pouco as interacções, dinâmicas e motivações próprias da população estudantil.
Como já sublinhei anteriormente, não concordo com as praxes por múltiplas razões. A integração dos novos estudantes passaria muito bem sem este tipo de rituais pseudo-tradicionais. No entanto, a proibição por despacho vinda de um Conselho Directivo dificilmente será uma solução.
Não incentivar ou mesmo desaprovar abertamente poderiam ser bons posicionamentos. A proibição acaba por ser algo completamente diferente. Para além de espelhar autoritarismo e parecer despropositado, acaba por ser uma forma martirização de uma prática. Eventualmente até a tornará mais apetecível...
A atitude dos estudantes é previsível. Um presidente de uma instituição que recorre à proibição para resolver este tipo de questões demonstra conhecer pouco as interacções, dinâmicas e motivações próprias da população estudantil.
Como já sublinhei anteriormente, não concordo com as praxes por múltiplas razões. A integração dos novos estudantes passaria muito bem sem este tipo de rituais pseudo-tradicionais. No entanto, a proibição por despacho vinda de um Conselho Directivo dificilmente será uma solução.
Não incentivar ou mesmo desaprovar abertamente poderiam ser bons posicionamentos. A proibição acaba por ser algo completamente diferente. Para além de espelhar autoritarismo e parecer despropositado, acaba por ser uma forma martirização de uma prática. Eventualmente até a tornará mais apetecível...
4 comentários:
Como estou a praxar... não sou antipraxe.
há algumas coisas que não concordo no teu poste (mas as opiniões discutem-se não se impigem por tanto...)
um tradição siginifica que algo é passado de uma geração para a outra durante um vasto periodo de tempo... por isso as praxes entram nesse conceito.
as pessoas só são praxadas porque querem e as praxes existem poque elas querem, ninguem obriga ninguem a fazer aquilo que não querem, no meu tempo de caloira recusei fazer coisas e sempre fui respeitada, quer quem praxasse gostasse ou não :)
e aquilo que nós obrigamos a fazer, já nós o fizemos. como por exemplo a praxe amanha para os calorios do meu curso: turismo! vamos passear pela cidade, ver os monumentos mais importantes, mostrar a reprografia, e onde podem comprar as folhas de teste. o que há de barberico nisso? quanto a coisas sexuais como tens na imagem... só faz quem quer... um não é um não e tem de ser respeitado.
Por fim alguém ousa quebrar o tabú. Na verdade quando o Ministro do Ensino Superior avisa que punirá os prevaricadores deveria dirigir o seu discurso para os cúmplices por omissão.
Os Presidentes dos Politécnicos e Universidades têm na mão, como agora se vê, tomar uma atitude que dignifique o espaço público que gerem.
Será assim tão difícil?
Cremos que não. Como o demonstra a atitude exemplar do Presidento do Instituto Superior Técnico, Carlos Matos Ferreira. E que faz justiça à escola de que provém o ministro.
http://anti-praxe.blogs.sapo.pt
não concordo contigo, j. acho que é uma posição válida e legítima. e faz sentido. pena que não seja mais seguida.
o que não faz sentido é a AE do técnico associar-se aos praxistas para continuar as praxes nos mesmos moldes fora da universidade. Ou seja, falta contra-cultura e cultura a quem se arroga representante dos estudantes. Mas os tipos do ist (quase) sempre foram assim...grunhos nestas coisas.
Anónimo 1: Quanto à questão de as pessoas serem obrigadas ou não, é de dificil discussão aqui. Se as pessoas acharem que disso depende a sua boa integração no ambiente universitário, não duvido que cedam a serem praxadas.
Relativamente a existirem coisas boas na praxe, também podem existir num normal processo de boas vindas a qualquer estudante. Passear pela cidade ou ver os monumentos mais importantes são processos de boas vindas. A meu ver, o que distingue a praxe de qualquer actividade de boas vindas é a submissão dos novos estudantes a rituais baseados numa hierarquia em que os veteranos mandam e os caloiros calam e obedecem. Escusado será discriminar o que, no limite, os veteranos costumam mandar fazer... Nem na tropa tal acontece.
Anónimo 2: Proibir é fácil. A meu ver, o presidente do IST faria muito melhor o seu papel divulgando o comunicado do ministro nos quatro cantos do técnico. Faria também melhor o seu papel se dirigisse uma mensagem a todos os estudantes do IST (nomeadamente aos novos) explicando porque é que as praxes são rituais sem sentido que em nada se adequam ao espirito e missão do Ensino Superior. Proibir é fácil. Convencer é que é mais complicado.
Al: Até pode ser válida, mas é sobretudo auto-desresponsabilizadora: "Podem praxar, mas apenas lá fora, sff."
Quanto aos "tipos do IST serem grunhos", apenas recordo (como sabes) que o ministro que agora fomenta a proibição é docente do IST e foi presidente da AE durante o 25 de Abril. Curioso... Ou talvez não.
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