terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Crise para lá dos Holofotes

No seguimento do que muitos outros comentadores têm vindo a dizer, o editorial de hoje de José Manuel Fernandes sublinha bem o que se pode esperar da crise económica em vigor. Os Governos podem tentar salvar as Qimondas e outros gigantes, mas é nas micro e nas pequenas empresas que o fenómeno do desemprego terá os seus grandes efeitos.

Nas micro e pequenas empresas que, aos poucos, poderão ter de dispensar um ou dois dos seus trabalhadores. Desde o café da esquina à pequena loja de ferragens, passando pela pequeno empreiteiro e pelo pequena loja do centro comercial. Tendo em conta que o grosso do tecido empresarial português assenta em micro e pequenas empresas, podemos desde logo ter uma dimensão deste fenómeno.
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O grosso do desemprego surgirá daí e, nestes casos, não poderão existir mega operações de salvamento governamentais. Apenas políticas macroeconómicas de emergência poderão ajudar a atenuar este fenómeno. E, como é evidente, nestas políticas não se enquadram quaisquer grandes obras públicas…

3 comentários:

Pedro Leite disse...

não diria melhor...

Anónimo disse...

Pois é, caro JRV,

e estas micro e PME, também não precisam das injecções multimilionárias que os Governos têm dado às instituições bancárias.

Já Belmiro de Azevedo, entre outros, afirmou várias vezes que, em lugar de "OTA" e TGV, o que o país precisa é de semelhante investimento público, mas espalhado pelo país em vários projectos de dezenas de milhões de euros. Ou seja, colocar dinheiro em multiplos sectores da economia e por todo o país.

No caso que destaca, nem são necessários montantes na ordem das dezenas de milhões de euros. Estas micro empresas, com duas ou três dezenas de milhar de euros já se salvavam, podendo quiça dar o salto e criar mais um ou dois postos de trabalho.

Oxalá "eles" ouçam mais quem produz opinião.

ana paula disse...

Finalmente alguém que fala com lucidez. A ralidade de Portugal é esta: micro e pequenas empresas que se não tiverem um desafogo de liquidez no imediato irão encerrar portas e trazer uma catastrofe social de dimensão terrivel. As medidas a tomar no imediato passarão por rever todos os impostos que sobre elas recaem e tomar medidas que no imediato se traduzam em algum desafogo, como por exemplo a devoluçao do IVA mensalmente, acabar com os pagamentos por conta,e no tocante aos trabalhadores por conta propria rever os pagamentos para segurança social. Se houvessem vontade politica muita coisa, no imediato, poderia ser feito.