domingo, 11 de janeiro de 2009

Sobre a concentração de eleições

O Expresso fez manchete com este tema a propósito de um possível desentendimento entre Sócrates e Cavaco. Estranhamente ou não, assumiu-se que Cavaco possui a mesma posição que o PSD: autárquicas e legislativas no mesmo dia poupariam dinheiro e, sobretudo, beneficiariam em muito os sociais-democratas.

A hegemonia social-democrata em termos de câmaras facilmente contagiaria as legislativas. Um cenário que Sócrates, como é evidente, não quer ver acontecer. Dai também a defesa que há muito faz da separação destes dois actos eleitorais. Quanto a legislativas e europeias no mesmo dia, com eventual antecipação das primeiras, aí o PS se calhar já não se importava...

O argumento não-polítiqueiro para a concentração de dois actos eleitorais – poupança nos custos – possui naturalmente validade. Cada eleição custa de facto uns valentes euros aos cofres do Estado. A concentração até podia ser um gesto de poupança em ano de crise.

No entanto, dados os naturais efeitos de contágio que a sobreposição ou excessiva proximidade de actos eleitorais poderá implicar, a democracia ganhará se se optar pela separação. Recorrendo a um lugar comum conhecido de todos, a democracia tem custos. Veremos se os partidos manterão esta posição até ao fim...

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