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Da excessiva personalização do poder em torno de Portas? Da falta de discussão interna? Da deriva ideológica no seio do partido? São argumentos legitimos e certamente verdadeiros. Mas que esbarram na estratégia muito bem delineada que o líder está a prosseguir.
Como confirma o Expresso, a actual direcção do CDS vê com bons olhos um papel de sustentação de um governo maioritário socialista após as próximas eleições. É um cenário muitissimo provável e que, independentemente de ser encarado como uma incongruência ideológica, garantirá aos populares a passagem de muitos diplomas no Parlamento.
Por outro lado, a forte possibilidade do CDS concorrer coligado com Santana a Lisboa aliviará o partido de um resultado tão degradante como o que sucedeu nestas últimas intercalares. Quem sabe até se uma coligação com Santana não sairá vitoriosa?
É natural que alguns membros do CDS não estejam dispostos à ginástica vertebral que as lideranças de Portas já demonstraram ser exímias. Mas, no cenário actual, que outra estratégia se adequaria melhor ao partido? Os opositores internos bem podem protestar mas a maioria do partido sabe que estes são tempos de estratégia e pragmatismo para o CDS. As convicções e as coerências terão de aguardar na gaveta.
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