Quanto mais intenso se torna um conflito ou uma guerra, mais alguns arautos do realismo belicista gostam de se fazer ouvir. O editorial de José Manuel Fernandes hoje no Público é um exemplo disso mesmo.
.
.
O director do Público disserta sobre a tabu que a palavra vitória constitui nos conflitos/guerras contemporâneas. Segundo José Manuel Fernandes, a História demonstra a necessidade de vitórias militares indiscutíveis ou absolutas para que a paz seja duradoura. Aplica então, como seria de esperar, essa grande máxima realista ao conflito israelo-palestiniano, nomeadamente à acção israelita sobre Gaza.
.
.
Julgo que nem vale a pena dissertar sobre a que custo eram obtidas as vitórias de que reza a História que José Manuel Fernandes evoca. Nem o quanto a vida humana tinha, infelizmente, um valor inferior quando comparado com o actual. Muito menos dissertar sobre o quanto a geopolítica do Médio Oriente e todas as condições socio-economico-culturais dos palestinianos determinam ao fracasso os objectivos de “paz duradoura” que Israel se propõe atingir através de acções militares.
.
.
Julgo que basta relembrar que José Manuel Fernandes foi um dos mais entusiastas defensores em Portugal da invasão do Afeganistão e, sobretudo, do Iraque. Os resultados destas suas anteriores cruzadas, que apoiou avidamente a partir do sofá, estão à vista…
2 comentários:
Concordo.
Mas também tenho de dar o braço a torcer. De facto, a História demonstra que muitas vezes a barbárie é a única forma de estabelecer uma paz duradoura. Consigo lembrar-me de imensos exemplos, mas o que salta mais à vista é a Pax Romana, ou melhor, a subjugação dos povos à vontade do Império Romano. Mas isso foi há imenso tempo. Foi isso que ele se esqueceu de dizer. Foi há imenso tempo.
"Gritem "Destruição!" e deixem passar os cães da guerra", já escrevia Shakespeare...
JMF é um triste ao serviço do Belmiro.
Ele que tanto gosta de defender a "civilização" devia era ir para o Iraque
Enviar um comentário