quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O quê??? Pior a emenda que o soneto…

Depois das declarações infelizes de D. José Policarpo (ver post abaixo), seria de esperar um esclarecimento que permitisse desanuviar eventuais tensões. Mas não. O porta-voz da Conferência Episcopal, embora sublinhando o ecumenismo do Cardeal, veio afirmar o seguinte:

É um conselho de imprescindível realismo que seguramente qualquer um de nós de cultura ocidental e de religião cristã, ou então de cultura árabe e de religião muçulmana, daria para bem de ambas as partes e das respectivas famílias".
.
O quê??? As dificuldades culturais no relacionamento entre cônjuges que professam religiões diferentes podem, como é evidente, ser argumentáveis. Mas a última coisa que necessitámos no presente é que as autoridades das respectivas religiões venham a público sublinhar tais dificuldades. Que triste trapalhada…

6 comentários:

Jordão disse...

Esses senhores podem dizer o que quiserem, vivemos numa democracia e cada um é livre de opinar. Mas a mesma democracia também tem outras virtudes, também somos todos de ler e ouvir só aquilo que queremos. Por essas e por outras que as igrejas estão cada vez mais cheias – de moscas, ar, enfim tudo menos fieis, ao contrário do que acontece em outras religiões.

Já agora e para terminar, como é possível um responsável máximo da igreja católica em Portugal diga para as jovens pensarem muito bem antes de casar um muçulmano. Afirmou que eles não respeitam as mulheres. e a Bíblia e os seus seguidores respeitam na integra a mulher, não?! As mulheres sempre tiveram um papel secundário na igreja católica e isso para ser simpático. Tomem juízo!

Anónimo disse...

Concordo com o Cardeal!

A situação das mulheres, na esmagadora maioria dos países muçulmanos, é degradante.

As mulheres muçulmanas estão longe de gozar de um estatuto igualitário nas sociedades muçulmanas.

As mais incautas podem não compreender, em toda a dimensão e significado, o estatuto que lhes reserva o Alcorão e a tradição nas sociedades islâmicas.

Já viveu num país islâmico? Não tenho tempo agora, mas um dia posso descrever-lhe o calvário das mulheres muçulmanas.

Má ideia! disse...

Quarentão, revejo-me na sua queda para debitar teorias da conspiração acerca da "humanidade". Daí que lhe sugira, para a introdução de um termo médio entre a "vida animal" e a pecuária-humana (ou seja, para evitar pensar que a "civilização" é sinónimo de e só de "opressão das"), uma leitura pesada como um tijolo. Chris Knight: blood relations.

é engraçado como o paizinho mata 2 coelhos de uma só...menoriza os muçulmanos e as meninas. Quer dizer, não tem piada nenhuma, mas lá vão os jornais beber-lhe as palavras a mata borrão.

(sim, a situação é degradante, mas...olhe para a nossa história, até há bem poucos anos, e continue a olhar)

Má ideia! disse...

...de uma só....baculada?

Anónimo disse...

É verdade que as declarações são infelizes. Também é verdade que são verdadeiras. Que devemos preferir?
O problema não é com os muçulmanos, o cerne da questão está na grande diferença de culturas. Por exemplo, uma mulher europeia casar com um homem daqueles povos da Papua que andam nus com uma cabaça sobre a pila.
Ou um homem europeu com mulher de lá. E que vinham residir para a Europa. Ou iam para a floresta da Papua. Provavelmente seria melhor pensar muito bem antes da decisão como diz o cardeal. E o papua (ou índio do Amazona) também deveria pensar bem antes do casamento. Teria de perceber o que é dinheiro, emprego e desemprego, o que é uma casa de banho, etc.
Complicado, como diz o cardeal. Lá que falou verdade, falou. Talvez com pouca oportunidade.
A propósito de Burqas convém não esquecer que muitas que a usam querem usá-la. A minha avó tinha hábitos de arrepiar os cabelos às jovens de hoje, mas ela queria e repudiava que a quisessem libertar, até se ofendia...É tudo mais complicado do que parece a quem tem a certeza da superioridade da sua cultura.
Josefa

Anónimo disse...

o nome "activismo de sofá" assenta como uma luva e nem me dou ao trabalho de explicar porquê