O Governo quer impor um regime de exclusividade aos médicos no Serviço Nacional de Saúde. Detalhes ainda não são conhecidos. No entanto, tendo em conta a reacção corporativa que a Ordem dos Médicos se apressou a ter, quase arriscaria dizer que se trata de uma boa medida.
Como é evidente, uma medida deste teor não pode ser aplicada sem cautelas. Tem de ser evitada uma debandada maciça dos médicos do Serviço Nacional de Saúde. No entanto, tendo em conta que muitos dos privilégios da classe médica apenas resultam da escassez existente a nível nacional, é natural que se tente promover progressivamente a sua equiparação com a generalidade dos profissionais públicos.
O bastonário da Ordem do Médicos já veio avisar que a norma poderá ser inconstitucional. Mas não foi este mesmo Pedro Nunes que, há menos de uma semana, depois de anunciado o novo curso de medicina no Algarve, veio alertar para o risco de se estar a formar médicos a mais? Não foi também este bastonário que não queria rever a código deontológico dos médicos relativamente à interrupção voluntária da gravidez?
Pois é… Quando Pedro Nunes está contra uma medida, é porque o corporativismo da classe médica está a ser lesado. Podemos, portanto, formular a seguinte regra: Pedro Nunes contra, medida positiva para o país em 99% dos casos.
Como é evidente, uma medida deste teor não pode ser aplicada sem cautelas. Tem de ser evitada uma debandada maciça dos médicos do Serviço Nacional de Saúde. No entanto, tendo em conta que muitos dos privilégios da classe médica apenas resultam da escassez existente a nível nacional, é natural que se tente promover progressivamente a sua equiparação com a generalidade dos profissionais públicos.
O bastonário da Ordem do Médicos já veio avisar que a norma poderá ser inconstitucional. Mas não foi este mesmo Pedro Nunes que, há menos de uma semana, depois de anunciado o novo curso de medicina no Algarve, veio alertar para o risco de se estar a formar médicos a mais? Não foi também este bastonário que não queria rever a código deontológico dos médicos relativamente à interrupção voluntária da gravidez?
Pois é… Quando Pedro Nunes está contra uma medida, é porque o corporativismo da classe médica está a ser lesado. Podemos, portanto, formular a seguinte regra: Pedro Nunes contra, medida positiva para o país em 99% dos casos.
3 comentários:
Não sei se concordo. Quanto à questão do código deontológico não vou falar porque não estou "por dentro". Mas nas outras duas questões acho que o Bastonário pode ter alguma razão.
Eu gostava de lembrar o que aconteceu nos últimos anos em relação aos professores. Durante anos a fio tivemos falta, que é que se fez? Toca a formar professores. Agora temos dezenas de milhar no desemprego. Eu acho positivas as medidas que levem à formação de mais médicos, mas há que recordar que os cursos de medicina não são propriamente baratos e pergunto, quando já não tivermos falta de médicos, o que vamos fazer? Não estou a ver o ministério a reduzir as vagas...
Quanto a esta história da exclusividade. É uma tonteria. Como escrevi no Afilhado isto é puro devaneio salazarento: obrigar profissionais a trabalhar apenas num lugar. O SNS está a aproveitar-se do facto de pertencer ao ministério e, portanto, poder decretar que quer mais médicos em vez de criar condições para que sejam os médicos a querer vir. É injusto para os privados que, caso os médicos passem a ser exclusivos, ficam a perder por não ter o poder de legislar. Numa coisa concordo plenamente com o Bastonário no dia em que o ouvi: os médicos são cidadãos livres e, por conseguinte, têm o direito de fazer o que quiserem depois de saírem do trabalho.
Quem quer ser médico e tem capacidades tem o direito de o ser, é um direito constituicional.
Se o curso é caro, aumente-se as propinas, tendo sempre o cuidado de dar bolsas a quem não pode pagar, mas tem capacidades intelectuais.
O que a ordem dos médicos tem feito desde 1977 é um crime, e os bastonários deveriam ser julgados por homicídios por negligência, tráfico de influências e de burla qualificada, uma vez que lesaram a maioria dos cidadãos portugueses e, consequentemente, o estado.
Pelos visto o insulto prolifera, num dos comentários. Por este caminho parecem pretender estragar o pouco de bom que o país ainda tem: O SNS. Continuar a carpir e a não dar valor ao que há é abrir a porta para termos a mesma saúde que os americanos têm. Ou seja, há dinheiro há tratamento, não há dinheiro, a exclusão é certa. Por último, deixem-me dizer que para aquilo que a maioria dos portugueses paga de impostos e pelo nível correspondente de saúde que temos, podemos dar-nos por felizes!...
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