sábado, 19 de julho de 2008

Quem controla a Agenda?

Sócrates cometeu na quinta-feira uma gaffe tremenda: elogiou o trabalho do Governo Angolano. Curiosamente, passados dois dias, pouco ou nada foi dito sobre este caso. Foi um tema que não entrou na agenda. Sócrates teve sorte, muita sorte…

No dia seguinte, outros temas encheram por completo a mesma. A imprensa reservou o seu espaço para temas como a condenação de Valentim Loureiro, as novidades sobre o caso Quinta da Fonte, a visita de Cavaco às regiões deprimidas, as previsões do FMI para a economia portuguesa ou o artigo de Menezes no Diário de Notícias.

A agenda mediática em democracia não é controlada por ninguém em especifico, embora alguns órgãos ou centros de comunicação possam ter um peso determinante neste domínio. Por vezes, e por razões diversas, os holofotes acabam por não focar um tema que, noutros momentos, teria enchido as manchetes. Uma questão de sorte? Sim, sobretudo uma questão de sorte na forma como se estrutura a agenda.

Ou seja, paradoxalmente ou não, a fiscalização política em democracia também é influenciada por factores tão voláteis como a sorte. Desta vez, Sócrates tem razões para estar contente…

2 comentários:

Chalana disse...

É preciso não esquercer que este MPLA não tem nada que ver com o MPLA de Agostinho Neto.

Este MPLA faz parte da 2ª Internacional (socialista)

João Ricardo Vasconcelos disse...

Bem visto. Os elogios foram, portanto, um gesto de solidariedade entre camaradas.